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Preços da soja sobem no Brasil com demandas interna e para exportação aquecidas

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Embora pontuais, novas altas foram registradas entre os preços da soja no mercado brasileiro nesta quarta-feira. O destaque entre as principais praças de comercialização do Brasil ficou por conta de Castro, no Paraná, onde o preço subiu mais de 12% para R$ 68,50 por saca. Em Rio Verde, o ganho foi de quase 2% para R$ 54,50. Os indicativos entre os principais estados produtores ficaram, nesta sessão, entre R$ 54 e R$ 68.

Entre os portos, os preços se mantiveram estáveis e mantendo as referências acima dos R$ 70 por saca. No terminal de Paranaguá, R$ 71 no disponível e R$ 72 para a safra nova. Já em Rio Grande, os preços ficaram em, respectivamente, R$ 70 e R$ 72,50.

Além das altas registradas no pregão desta quarta-feira na Bolsa de Chicago, a demanda interna já se mostra mais aquecida e vem promovendo um espaço maior para um avanço das cotações no Brasil, com suporte de um consumo maior de derivados, o que tem incentivado as compras por parte das indústrias. Além disso, a demanda por exportação também é muito forte neste momento e a soja brasileira ainda carrega alguma competitividade.

“Eu entendo que a demanda na Ásia para esmagamento e a demanda por biodiesel está fazendo com que o mercado tome um reaquecimento na área indutrial. No Centro-Oeste, o comprador de maior revelação de preços tem sido industrial. Atualmente, os preços nessa área de Rondonópolis, por exemplo, tem rodado na casa dos R$ 61,50, o que significa dizer que as indústrias estão com um poder de compra maior para recomposição dos estoques para esmagamento no final do ano”, explica o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano.

Dessa forma, já é possível dizer que há, mesmo que ainda pontualmente, há melhores oportunidades para o produtor brasileiro no mercado interno, do que para exportações. Nesse momento, principalmente o produtor do Centro-Oeste já observa este cenário. Além disso, uma redução no custo de transporte também melhora o rendimento do produtor brasileiro.

Assim, os negócios fluem melhor nos últimos dias com esses preços ligeiramente melhores também no interior do Brasil e não só nos portos. É importante dizer, porém, que o dólar, de outro lado, ainda limita esse avanço mais expressivo das cotações no Brasil. A moeda americana segue muito próxima dos R$ 3,10 e reduz o espaço de recuperação do preço.

Nesta quarta, a divisa fechou em queda de 0,21% e valendo R$ 3,1294 depois de o Federal Reserve, o banco central norte-americano, informar uma manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos. “O mercado estava vendo o Fed mais cauteloso e ele diluiu o gradualismo”, justificou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado á agência de notícias Reuters.

Preços em Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam o dia subindo pouco mais de 4 pontos, com o novembro/17 valendo US$ 9,70 e o maio/18, referência para a safra brasileira, US$ 9,98 por bushel. O mercado internacional trabalhou em campo positivo durante todo o dia.

E ainda como explica Mariano, as altas são resultado das dúvidas que as lavouras americanas ainda trazem aos traders, tal qual a força da demanda pela soja norte-americana têm sido os fatores de alta neste momento.

A colheita da safra 2017/18 dos Estados Unidos está em andamento e, de acordo com os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até o último domingo os trabalhos de campo já estavam concluídos em 7% da área de milho – contra 8% do mesmo período de 2016 – e em 4% da área de soja, número igual ao do ano passado.

A evolução das máquinas é favorecida pelas condições de clima até o momento, porém, o mercado se mostra ainda muito atento aos reportes de produtividade para ambas as culturas e estes ainda causam alguma divergência. E na medida em que as colheitadeiras evoluem, os produtores norte-americanos conseguem começar a identificar quais foram os reais impactos que as adversidades climáticas causaram no potencial de produtividade de suas lavouras.

Ao lado da produtividade americana e da demanda internacional, o clima na América do Sul. As adversidades observadas tanto no Brasil, quanto na Argentina, os dois maiores produtores do continente, têm dado, há algumas semanas, improtante suporte para os preços em Chicago. As especulações em torno do início da nova safra sulamericana, afinal, são cada vez maiores.

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