Nesta quarta-feira, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a subir e, apesar de ter registrado ganhos bastante tímidos, o mercado já acumula quatro pregões de altas no quadro internacional. O vencimento novembro/17, que segue como principal referência para o mercado e para a nova safra americana, terminou o dia com US$ 9,71 por bushel.
Segue o movimento de acomodação dos preços e um respiro para o mercado na CBOT antes de uma pressão mais intensa que as cotações podem vir a sentir quando a colheita começar efetivamente nos Estados Unidos, segundo explica o consultor de mercado Flávio França Junior, da França Jr. Consultoria.
“Em termos de clima, já não temos mais espaço para grandes reviravoltas. O período de definição do teor produtivo das lavouras já passou”, diz o executivo. Paralelamente, porém, França reafirma a influência ainda do furacão Irma no andamento das cotações ainda nos próximos dias. “Não se trata só da possibilidade de perder lavouras, mas também de atrasar a colheita no país”, completa.
A rota desse novo furacão, porém, ainda não está bem definida entre as previsões mais atualizadas e, por isso, seguem crescendo as especulações em torno do fenômeno climático.
A expectativa é que chegue na Florida entre sábado e domingo e se desloque para o leste dos Estados Unidos, pegando as áreas das Carolinas, Tennessee e Kentucky. Voltamos a destacar que a trajetória e intensidade que o furacão chega aos Estados Unidos ainda é incerta”, informa o reporte da Labhoro Corretora.
Também dando suporte às cotações estão as informações de uma demanda ainda muito sólida, principalmente pela soja norte-americana. Os números de embarques semanais já foram positivos nesta semana, foram trazidos anúncios de novas vendas.
Ao mesmo tempo, a questão financeira também permanece no radar dos traders e, para o consultor da França Jr., esse seja talvez o fator mais forte para o avanço dos preços nos últimos dias. “O petróleo em alta e o dólar em baixa tem promovido um forte movimento de compra por parte dos fundos entre soja, milho e trigo. É o retorno dos investidores à ponta compradora”, explica.
Preços no Brasil
No Brasil, a quarta-feira foi de estabilidade entre as cotações. Os preços não apresentaram oscilações intensas no interior ou nos portos do país, mesmo diante das altas tímidas registradas em Chicago.
O dólar, afinal, registrou sua sexta baixa consecutiva e fechou a R$ 3,1021, com queda de 0,55%. Na mínima do dia, a moeda americana marcou R$ 3,1017.
“Se continuarem as notícias positivas domésticas e, no exterior, os dados continuarem esvaziando as apostas de nova alta de juros nos EUA neste ano, dólar deve continuar a cair, a não ser que o Banco Central intervenha”, previu o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello à agência de notícias Reuters.
Assim, as referências no porto de Paranaguá ficaram em R$ 71 na safra velha, estável, e subiu 1,43% para R$ 71 também no caso da safra nova. Em Rio Grande, R$ 70,40 e R$ 72,20, respectivamente. Terminais de Santos e Santa Catarina com valores entre R$ 70 e R$ 70,50.