O volume de carnes enviadas por Mato Grosso ao mercado externo caiu 8,69% no 2º trimestre de 2017, quando comparado ao 1º trimestre. Também houve retração de 5,21% no valor das exportações, que caiu de US$ 340,706 milhões no 1º trimestre para US$ 322,925 milhões no 2º. Na próxima quinta-feira (17), a deflagração da Operação Carne Fraca completa 5 meses.
As investigações de fraudes pela Polícia Federal sobre os frigoríficos deu início a uma séria crise de imagem do Brasil como fornecedor de proteína perante os principais mercados consumidores do mundo. Desde a operação, vários exportadores embargaram o produto nacional, situação da qual o país começou a se recuperar nos meses seguintes, com a retomada das vendas e reabertura dos mercados importadores.
De março para abril, a queda no volume de carnes enviadas pelo Estado ao mercado externo chegou a 28% e a perda nos negócios foi de 31%, saindo de US$ 122,282 milhões em março para US$ 84,096 milhões em abril. Nos meses seguintes, com a retomada de mercados importantes, o Estado voltou a recuperar espaço e viu as exportações subirem. Em maio, o valor cresceu 23,83% sobre abril, com o envio de US$ 104,136 milhões em produto.
O valor cresceu de novo em junho, quando o Estado obteve o melhor resultado do ano, alcançando US$ 134,692 milhões, alta de 29,34% sobre o mês anterior. O volume subiu, de 26,419 mil toneladas em abril para 31,092 mil (t) em maio e para 39,431 mil (t) em junho. Tudo parecia caminhar bem até que um novo embargo foi promovido pelos Estados Unidos, após a inspeção sanitária do país encontrar abscessos em carnes enviadas por frigoríficos brasileiros.
O problema ocasionado por uma reação à vacinação contra a febre aftosa resultou na suspensão das exportações àquele país desde 22 de junho, quando autoridades americanas justificaram o fechamento das relações comerciais como “preocupações recorrentes sobre a segurança dos produtos”.
Em Mato Grosso, 5 plantas frigoríficas estavam habilitadas a exportar aos americanos, localizadas em Barra do Garças, Diamantino, Paranatinga, Cuiabá e Araputanga. Os frigoríficos e o setor produtivo aguardam a retomada do mercado.
Luiz Antônio Freitas Martins, presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas (Sindifrigo), confia que as perdas ocasionadas pela Operação Carne Fraca e pelo embargo norte-americano serão sanadas por meio do diálogo do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, com as autoridades daquele país. “O ministro irá esclarecer os fatores que prejudicaram o nosso país e reestabelecer os mercados”.