O governo do Pará realiza uma série de audiências públicas para discutir o edital da Ferrovia do Pará, projeto que prevê a interligação do Estado de norte a sul, em um trajeto de 1.312 km de extensão, de Marabá (PA) a Santana do Araguaia (PA). O debate desta segunda-feira ocorreu em Brasília, na sede da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A linha férrea, orçada em R$ 14 bilhões, é uma aposta para o escoamento das cargas produzidas pelo Estado, sobretudo grãos e minérios, pelo Porto de Barcarena (PA).
O diretor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Adnan Demachki, explicou que, atualmente, a maior parte da carga que é escoada para a Região Norte é exportada pelo Porto de Itaqui (MA) por meio da ferrovia Norte-Sul. A rota seria uma alternativa para potencializar o transporte pelo Arco-Norte (região que compreende os Estados de Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará e segue até o Maranhão) por outro porto.
Outra vantagem, segundo ele, seria uma possível integração entre a Ferrovia do Pará e a Ferrovia Norte-Sul, em Açailândia (MA). Para isso, está sendo negociada a construção de 58 km entre as duas linhas férreas pela VLI, que já opera o trecho entre Porto Nacional (TO) e Açailândia. “Uma das vantagens da ferrovia é que ela passará pelo leste do Estado, planície que não está localizada em áreas indígenas e de quilombolas. O projeto básico foi pensado justamente para desviar de florestas densas, o que pode garantir segurança jurídica aos investidores”, afirmou.
O edital está previsto para ser lançado em novembro e o leilão internacional deverá ocorrer em fevereiro. Além disso, o contrato de concessão deverá valer por 30 anos renováveis por igual período.