Na sessão de retomada dos negócios pós feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam com forte alta nesta quarta-feira. As posições mais negociadas neste momento subiram entre 11,50 e 13,50 pontos – mais de 1% – e o vencimento novembro, que é referência para a safra americana, encerrou o dia valendo US$ 9,92 por bushel.
O foco dos traders no clima adverso preocupando os produtores norte-americanos deu força para esse movimento positivo das cotações neste pregão. As últimas previsões seguem apontando para dias mais quentes e secos no Corn Belt, já começando a ameaçar o potencial produtivo das lavouras americanas.
Nos próximos 7 dias, segundo a previsão atualizada do NOAA, o serviço oficial de clima do governo dos Estados Unidos, serão de chuvas mais concentradas na região Leste dos EUA, com a porção Oeste, onde está concentrada boa parte das áreas de produção norte-americanas ainda sofrem com precipitações abaixo da média.
“As lavouras entram em um período mais crítico de sua evolução, com julho e agosto sendo os meses mais críticos da formação da produtividade”, explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. Além disso, chama atenção ainda para este período do ano mais favorável para a formação de sistemas de alta pressão nos EUA, que podem agravar ainda mais a situação de chuvas abaixo do normal para esta época.
O momento é de adversidade e, caso as temperaturas elevadas continuem, com baixos níveis de chuva, ainda segundo Motter, o movimento altista pode ter continuidade. “Porém, apenas os boletins climáticos poderão trazer definições”, afirma Motter.
Mercado Brasileiro
No Brasil, os preços da soja acompanharam as altas observadas na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira e subiram no interior e portos do país. As referências, principalmente nos terminais de exportação, ainda como explica Camilo Motter, já são de R$ 4 a R$ 5 mais altas do que as observadas na semana passada e, dessa forma, atraem os produtores brasileiros de volta à comercialização.
No porto de Paranaguá, a soja disponível fechou o dia com R$ 73 por saca e alta de 1,39%, enquanto, apesar de ceder 0,41%, fechou com R$ 72,20 em Rio Grande. Já em Santos são R$ 71 e em Imbituba, também R$ 73. Para a oleaginosa da safra nova, R$ R$ 75 no porto paraenese e R$ 76,30 no gaúcho.
No interior do Paraná, já há algumas praças com referências acima dos R$ 70 e, em Mato Grosso, algumas já têm mais de R$ 60, como Rondonópolis, Primavera do Leste, Alto Garças e Itiquira.
No câmbio, apesar do ligeiro recuo observado nesta quarta, os preços no mercado nacional ainda encontram alguma sustentação. A divisa tem se mantido próxima dos R$ 3,30 e favorece a formação das cotações. Nesta sessão, o dólar fechou com queda de 0,53% e R$ 3,2926, mas na máxima do dia chegou aos R$ 3,33.
“O exportador aproveitou o nível de preços e entrou vendendo, desmontando principalmente posições montadas no mercado futuro”, explicou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva à agência de notícias Reuters.