A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), em parceria com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), instalou uma Unidade Experimental com a cultura da mandioca no município de Guarantã do Norte (252 quilômetros de Sinop). O trabalho de pesquisa visa avaliar os materiais genéticos mais recomendados para consumo in natura (mesa), na indústria, na alimentação dos animais e na produção de ramas de mandioca para os produtores rurais.
A pesquisadora da Empaer, Dolorice Moreti, que desenvolve pesquisas e validação de tecnologias com a cultura da mandioca desde 2012 nos campos experimentais de Cáceres e Acorizal, explica que a Unidade Experimental foi instalada no final de 2017 com materiais de mandioca de mesa das variedades branca e amarela. No mês de março deste ano foi instalada a pesquisa com materiais de mandioca para a indústria.
Os materiais genéticos são oriundos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e produtores do Estado. Conforme Dolorice, foram plantadas variedades promissoras que estão em avaliação e apresentam um tempo de colheita de 8, 10 e 12 meses após o plantio da mandioca de mesa. Após três ciclos da cultura será feito a tabulação dos resultados para comprovar quais as variedades que apresentam mais produtividade, resistência às doenças, tempo de cozimento e outros. Quanto à mandioca para a indústria, serão avaliados produtividade e teor de amido.
De acordo com a pesquisadora, a cultura da mandioca apresenta facilidade de cultivo por não exigir solos muito férteis e técnicas sofisticadas, apresenta diversidade genética, tolerância a pragas, capacidade de regeneração e de adaptação ecológica, reprodução vegetativa, elevada tolerância a períodos de estiagem e possibilidade de cultivo consorciado com outras culturas. A finalidade da pesquisa é incentivar o plantio da mandioca na região pela sua importância na alimentação humana e animal.
“A cultura da mandioca cresce no mercado nacional e internacional devido a grande quantidade de formas de consumo e iguarias, além da substituição da farinha de trigo, sendo hoje muito procurada pelas pessoas celíacas, ou seja, intolerantes ao glúten, atletas e outras ligadas a saúde e bem-estar. A mandioca é considerada uma a cultura que gera emprego e renda em toda a sua cadeia”, enfatiza Moreti.
A pesquisadora Dolorice também proferiu palestra para os alunos dos cursos de zootecnia, agroindústria e técnico em agropecuária abordando a cultura da mandioca, seu uso na alimentação humana e animal, processamento, manejo da cultura, principais pragas e doenças. E apresentou a Unidade Experimental com orientações práticas de avaliação dos materiais genéticos plantados e realizou a demonstração do teste de cozimento e como determinar o teor de amido da mandioca.