O mercado internacional da soja, nesta terça-feira, testou os dois lados da tabela, mas fechou o dia com estabilidade na Bolsa de Chicago. Os principais contratos encerraram seus negócios subindo entre 1 e 2 pontos, com o julho/18 valendo US$ 10,18 por bushel. As posições mais distantes seguem lutando para se manter acima dos US$ 10,20.
A semana tem sido de ajustes e busca por posicionamento por parte dos traders, que esperam as definições de algumas frentes – especialmente das relações comerciais entre China e Estados Unidos – ao mesmo tempo em que acompanham – ainda com alguma incerteza – o desenvolvimento da nova safra norte-americana.
Por outro lado, no Brasil, as cotações e os negócios foram intensamente motivados, mais uma vez, pela movimentação cambial. O dólar subiu durante todo o dia, chegando a se aproximar muito dos R$ 3,70, favorecendo a formação dos preços tanto no interior, quanto nos portos do país.
“Esse dólar veio dando condições de preços (base porto) na casa de R$ 86,50 a R$ 87 nas posições de junho, julho, já que os compradores não querem mais soja para maio. Então, a pressão de compra agora é para os próximos meses”, diz o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Somente neste mês de maio, nos primeiros oito dias úteis, o Brasil já exportou 5,3 milhões de toneladas de soja e, caminhando neste ritmo, vai passar de 12 milhões de toneladas no mês e pode encontrar um novo recorde mensal, ainda segundo Brandalizze. No faturamento esperado para o mês, o volume de receita arrecadado por todo o complexo soja se aproxima de US$ 6 bilhões.
Ainda como explica o consultor, os compradores querem muita soja para os meses de junho em diante e isso vai dando oportunidade para os produtores irem, aos poucos, fazendo seus fechamentos.
Nesta terça, o último preço da soja disponível, em Paranaguá, foi de R$ 86. Em Rio Grande, de R$ 86,50 por saca, e R$ 86,90 na referência maio.
No interior do Brasil, os ganhos chegaram a se aproximar de 1,5% em algumas praças de comercialização. Os destaques ficaram sobre o Rio Grande do Sul, onde os preços passam dos R$ 70 por saca, e praças do Paraná, onde os indicativos superam os R$ 84.
Bolsa de Chicago
O mercado se ajustou após as tentativas de alta e os traders seguem acompanhando, principalmente, as negociações comerciais entre China e Estados Unidos – que iniciam uma nova rodada de conversas nesta terça-feira – e o desenvolvimento da nova safra norte-americana.
Segundo o boletim semanal de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no fim da tarde de ontem, mostrou que já há 35% da área semeada no país, contra 15% da semana anterior, 29% do ano passado e 26% da média dos últimos cinco anos. Para a oleaginosa, os traders esperavam algo entre 30% e 32%.
Como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o avanço dos trabalhos de campo acontece dentro da normalidade e isso acaba por ser um limitante para o avanço dos preços em Chicago.
Além disso, as condições de clima previstas para os próximos dias também seguem favorecendo o desenvolvimento da semeadura 2018/19 nas próxima semanas e o mercado também segue atento à essas informações.
Paralelamente, segue o acompanhamento das negociações entre China e Estados Unidos, que serão retomadas nesta terça. Um delegação chinesa liderada pelo vice-premier visita a Casa Branca para uma nova rodada de conversas sobre as relações comerciais entre os dois países.
Os traders especulam que ao menos as tarifas de US$ 50 bilhões sejam postergadas, não entrando em vigor no final deste mês como está previsto.