Suinocultores mato-grossenses fazem malabarismo para se manter na atividade. No 1º trimestre deste ano enfrentaram a combinação custos de produção elevados e preços do suíno em baixa, o que compromete a receita dos produtores. Levantamento da Associação dos Criadores de Suínos (Acrismat) aponta que a saca de 60 quilos de milho chega a R$ 30 e a tonelada de farelo de soja alcança R$ 1,127 mil.
Esses produtos representam 70% e 20%, respectivamente, da composição da ração, ingrediente fundamental para a criação dos animais. Para piorar a situação, a entidade lembra a Operação Carne Fraca, deflagrada em março de 2017 pela Polícia Federal, e o embargo à carne suína imposto pelo Rússia, em novembro passado. Ambos os eventos contribuíram para derrubar os preços da proteína no mercado interno. “Antes da Operação, o preço médio do quilo do suíno estava em R$ 4 e no fim do ano, após as restrições da Rússia, despencou para até R$ 2,55, em março deste ano”, comenta o diretor-executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues.
A matemática é simples. Segundo a associação, na 1ª semana de abril o quilo do suíno chegou a R$ 2,53 enquanto que para cobrir os custos de produção o valor deveria ser de pelo menos R$ 3,30, uma diferença de 77 centavos por quilo. “O suinocultor trabalha hoje com prejuízo médio de R$ 70 por animal de 100 quilos vendido. Muitos produtores só não abandonaram a atividade ainda graças à suspensão do preço de pauta e a diminuição da alíquota do ICMS de 12% para 6%” explica Custódio.
Ele acrescenta que este ano, o preço da tonelada de soja aumentou cerca de 12% e o do milho 5%. Diante desse quadro desfavorável, a Acrismat e a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) solicitaram ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) o aumento de 10 para 17 toneladas o limite de cada produtor para comprar nos estoques da Conab de milho. “Uma forma de atender principalmente criadores de pequeno porte”.