Vendas de soja e milho responderam por 80% das exportações mato-grossenses no 1º trimestre deste ano. Os 2 principais produtos agrícolas cultivados no Estado foram responsáveis por US$ 2,926 bilhões em negócios, de um total de US$ 3,659 bilhões registrados de janeiro a março, com o embarque de 10,232 milhões de toneladas de uma centena de produtos, relacionados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
No mesmo período de 2017 foram enviados a outros países 7,978 milhões (t), que renderam US$ 3,269 milhões. No acumulado dos primeiros 3 meses, o valor das exportações avançou 12% este ano. O faturamento obtido com os embarques de milho em grão cresceu 128,36% de janeiro a março deste ano, em comparação com igual intervalo de 2017. Enquanto no ano passado foram exportadas 1,475 milhão de toneladas do cereal ao valor de US$ 247,020 milhões, em 2018 o volume evoluiu para 3,622 milhões (t) que movimentaram US$ 564,102 milhões, aumentos de 145,5% em volume e de 128,3% em valor.
Independente da época do ano, a soja permanece como o destaque das exportações de Mato Grosso. O comércio da oleaginosa semiprocessada movimentou US$ 1,854 bilhão nos 3 primeiros meses de 2018 com volume total de 4,830 milhões de toneladas, um pouco menos (-4,46%) que os US$ 1,941 bilhão faturados no 1º trimestre de 2017 com o embarque de 4,907 milhões (t) do grão.
Segundo o economista Carlos Theobaldo de Souza, grande parte dos embarques de soja e todo o milho exportado no início do ano ainda provêm da última safra, já que em Mato Grosso as lavouras de soja foram recém-colhidas e o milho é cultivado em sucessão à oleaginosa. Para dar espaço à nova safra de grãos, a produção anterior precisa ser retirada dos armazéns e isso intensifica as vendas nesse período, acrescenta.
O economista observa, ainda, que o Estado poderá ser favorecido no mercado internacional e fortalecer a parceria com a China por causa da recente guerra comercial do país com os Estados Unidos, um dos líderes mundiais na produção de soja, milho e carne bovina. A China é o principal comprador da soja mato-grossense. Outros destaques da produção estadual são o algodão e a carne bovina, que foram mais demandados pelos clientes internacionais nos 3 primeiros meses deste ano.
No período foram embarcadas 141,608 mil toneladas de algodão pela cifra total de US$ 232,235 milhões, valor 74,66% superior aos US$ 121,928 milhões obtidos no 1º trimestre de 2017. O consumo internacional de carne bovina matogrossense correspondeu a 73,382 mil toneladas no acumulado de janeiro a março deste ano, que resultou em US$ 285,687 milhões, quantia 11,61% acima dos US$ 260,249 milhões de 2017 quando foram embarcadas 65,744 mil (t) da proteína animal.
Mato Grosso vendeu mais e comprou menos dos parceiros comerciais internacionais. No 1º trimestre de 2018, as importações apresentaram queda de 34,83% em comparação com igual período do ano passado, segundo os dados do Mdic. Na compra de componentes para fertilizantes, gás natural, máquinas e implementos agrícolas, principalmente, foram investidos US$ 233,647 milhões, ante US$ 346,830 milhões no mesmo período de 2017.
Com a queda nas importações e aumento nas exportações, o saldo da balança comercial mato-grossense segue superavitário, com acréscimo de 17,42% este ano em comparação com 2017. No acumulado de janeiro a março de 2018 o superavit da balança comercial atingiu US$ 3,424 bilhões, ante US$ 2,916 bilhões no mesmo período do ano passado.
Responsável por parte das importações mato-grossenses, o presidente do Porto Seco em Cuiabá, Francisco Almeida, comenta que a chegada de importados, desembaraçados via Porto Seco, declinou vertiginosamente desde 2015. “Janeiro de 2018 foi o pior mês deste o início das operações do Porto Seco em Cuiabá”. Para ele, faltam políticas públicas de incentivo aos investimentos. “Indústrias deixaram de se instalar no Estado e as que permanecem aqui pararam os investimentos, inclusive em equipamentos”.
Almeida acredita que com a alteração do Decreto 250/2015 pelo governo do Estado a importação será desburocratizada e isso refletirá na relação comercial das empresas mato-grossenses com outros países. Brasil Em todo o país, houve crescimento nas importações de combustíveis e lubrificantes (44,9%), bens de consumo (18,8%), bens de capital (18,2%) e bens intermediários (9,8%).
Por fornecedores, na comparação com o mesmo período do ano passado, cresceram as exportações brasileiras originárias dos principais mercados, sendo América Central e Caribe (61,7%), Oriente Médio (31,8%), Ásia (28,1%) União Europeia (14,1%), Estados Unidos (10,1%) e Mercosul (7,5%). Os principais países de origem das importações de janeiro a março de 2018 foram China (US$ 8 bilhões), Estados Unidos (US$ 6,9 bilhões), Alemanha (US$ 2,5 bilhões), Argentina (US$ 2,4 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 1,5 bilhão).