Com a mesma estabilidade que iniciou o dia, a soja fechou seus negóciosn na Bolsa de Chicago no pregão desta segunda-feira, porém, terminou o dia do lado positivo da tabela. As posições mais negociadas subiram entre 1,75 e 3 pontos, com o maio/18 voltando aos US$ 10,41 por bushel. Os contratos mais distantes permanecem acima dos US$ 10,50.
Os futuros da oleaginosa, porém, recuperaram apenas parte das baixas acumuladas na semana anterior, de quase 3% nos principais contratos. “Isso foi suficiente para promover a busca por algumas barganhas e cobertura de posições nesta segunda”, diz o analista do portal norte-americano Farm Futures, Ben Potter.
Além disso, o executivo atribui essa leve recuperação das cotações também aos bons números dos embarques semanais norte-americanos reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira.
Na semana encerrada em 8 de março, os EUA embarcaram 910,237 mil toneladas de soja, enquanto o mercado esperva algo entre 680 mil e 980 mil toneladas. O volume é, porém, menor do que o registrado na semana anterior, de mais de 1 milhão de toneladas. No acumulado, os embarques de soja dos EUA são de 39.704,734 milhões de toneladas, contra mais de 45 milhões do ano passado, nesse mesmo período.
EUA x China
Ainda pressionando as cotações segue as especulações sobre os impactos que podem ser sentidos pelo mercado da soja da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Mais cedo, sentindo a pressão desses rumores o mercado chegou a bater em suas mínimas em quase três semanas, segundo explicam analistas internacionais.
Os traders afirmam que se mostra mais vívida e intensa a possibilidade de uma retaliação com a soja por parte da China, o que poderia esfriar a demanda da nação asiática pela oleaginosa norte-americana. A opinião, porém, não é comum entre todos os analistas.
Para o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa, essa pode ser uma situação pontual e que derrubaria as cotaçoes de forma significativa na Bolsa de Chicago. Entretanto, lembra que os chineses conhecem a necessidade de sua demanda, além de serem comedidos e, para impor uma retaliação como esssa levariam tempo.
O temor de associações e demais insituições americanas ligadas ao comércio da oleaginosa já vêm de algum tempo, desde que começaram a circular os boatos de uma guerra comercial entre os dois países. A China é responsável, afinal, por mais de um terço das exportações dos EUA e uma retaliação efetiva poderia comprometer severamente essa relação, trazendo ainda mais ajuste ao setor agrícola norte-americano.
Clima na Argentina
Mesmo que com menos peso neste momento, as condições climáticas na Argentina também seguem no radar dos traders. O final de semana ainda foi de tempo seco e quente na maior parte das regiões produtoras do país.
Segundo o Commodity Weather Group, as chuvas foram muito localizadas, limitadas a menos da metade do cinturão produtor de soja e milho do país. E esse ainda deverá ser o cenário pelos próximos 10 dias.
De acordo com o grupo, as chuvas que aparecem em alguns modelos climáticos no intervalo dos próximos 11 a 15 dias não “trazem muita confiança” e, de qualquer forma, estariam muito atrasadas para as lavouras. “Chuvas poderiam limitar algumas perdas mais tardias na soja e no milho, mas as perdas de produtividade até este momento são severas e irreversíevis”, diz o CWG.
Preços no Brasil
Ao lado de um pregão tranquilo para as cotações na Bolsa de Chicago, o mercado da soja no Brasil também não teve um dia de movimentações muito intensas, e registrando variações apenas pontuais.
A leve alta do dólar nesta segunda-feira também exerceu efeito limitado sobre a formação dos preços no mercado doméstico. A moeda americana encerrou o dia com R$ 3,2580 e subindo 0,05%.
Nos portos, as cotações recuaram. A soja disponível fechou com R$ 79 por saca, caindo 0,50% em Paranaguá, enquanto em Rio Grande foi a R$ 77,50, recuando 1,77%. Já as referências para maio/18 foram a, respectivamente, R$ 79 e R$ 78, com perdas de 1,86% e 2,13%.
Já no interior, algumas praças trabalharam com algumas altas, como no Oeste da Bahia, onde o preço foi a R$ 64,50 por saca, subindo 0,39%. Já em pontos de Mato Grosso, algumas baixas de até 2% foram registradas, como em Alto Garças e Itiquira.