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Soja: sem Chicago, mercado sobe em algumas praças do interior do Brasil com alta do dólar

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Os preços da soja no Brasil não contaram com as referências na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira, já que o mercado norte-americano ficou fechado em função do feriado do Dia do Presidente e apenas algumas praças de comercialização do interior registraram variações, acompanhando a movimentação do câmbio neste início de semana.

Em Londrina, no Paraná, a saca da soja subiu 1,07% para encerrar o dia com R$ 66, enquanto o ganho em Cascavel, também no estado paranaense, foi de 0,77% para R$ 65,50. Em Brasília, R$ 64 por saca, com alta de 0,79% e no Oeste da Bahia, R$ 62,88 e ganho de 0,21%.

Em parte do Brasil, as cotações recuaram mesmo diante da falta de movimentação na CBOT e da alta do dólar. Em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, queda de 0,84% para R$ 59 e de 1,67% em Jataí e Rio Verde, ambas as praças em Goiás, para R$ 59 por saca em ambas.

Já nos portos, os indicativos ficaram estáveis nesta segunda-feira. Em Paranaguá, R$ 76,00 por saca na soja disponível; em Rio Grande, R$ 75,20 no disponível e R$ 76,80 para maio/18. Em Santos, o último preço para a oleaginosa é de R$ 75,09 por saca.

Os negócios no mercado brasileiro, como mostram analistas e consultores e diante de alguns dos melhores patamares do ano, deverão continuar aquecidos. “O mercado da soja no Brasil deverá continuar mostrando entregas de contratos e muitos fechamentos podendo aparecer nos próximos dias”, acredita Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.

Além disso, ainda segundo o executivo, o sentimento de alta do dólar também pode favorecer as movimentações. Neste início de semana, a moeda americana voltou a subir e fechou com R$ 3,2350 e ganho de 0,43%. A divisa buscou retomar parte da perda acumulada da última semana de 2,45%.

O dia, porém, foi de baixo volume de negócios no mercado cambial, que também ficou sem as referências internacionais. Um posicionamento mais firme do mercado deve acontecer a partir de quarta-feira”, afirmou o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello à agência de notícias Reuters.

Por outro lado, ainda como explica Vlamir Brandalizze, a possibilidade de um engavetamento da discussão da Reforma da Previdência no Congresso deve começar a pesar nas negociações. “Isso pode impactar em pressão sobre ao dólar, que tende a vir com flego positivo, já que o Brasil poderá sofrer novo rebaixamento do grau de endividamento, porque a crise fiscal do governo vai piorar e isso é apelo altista para moeda americana”.

Retomada em Chicago

Além das possibilidades que podem ser trazidas pelo dólar, os ganhos na Bolsa de Chicago podem continuar a ser observados caso as condições de clima não melhorem na Argentina. Com a continuidade das adversidades, não só a soja em grão, mas os derivados também deverão continuar a sentir os efeitos positivos.

“Vamos ver que volume de chuvas receberam (os produtores argentinos). Pelas fotos de satélite, os volumes devem ser pequenos e esparsos, portanto, acredito que haverá mais motivações de alta vindos de lá”, explica o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais. “Pela importância da argentina na produção e, sobretudo, nas exportações de farelo, os problemas climáticos vividos por algumas das províncias tem sua amplitude dilatada”, completa.

O executivo alerta ainda para a questão do dólar no cenário internacional. “O dólar Index é outro ponto importante. Ele anda bastante baixo e motivando a demanda”, acredita Motter.

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