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Salários para profissionais do agro chegam a R$ 25 mil em Mato Grosso

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Produzir é um imperativo na atividade agropecuária. Para atender a progressiva demanda por alimentos no planeta e garantir recordes de produtividade investe-se na modernização da agricultura. Neste processo, a incorporação de pessoal cada vez mais especializado é imprescindível. Como líder na produção agrícola e pecuária, Mato Grosso terá que sofisticar os mecanismos de gestão e administração no campo, que engloba a contratação de líderes e profissionais de perfil técnico.

Especialista em recrutamento de gestores para o agronegócio e diretor executivo da Michael Page, Roberto Picino, afirma que a necessidade de profissionais para essa atividade econômica aumenta desde 2010. Entre os motivos está a ascensão do agronegócio, que impulsiona o Produto Interno Bruto (PIB). “O mercado acompanha e se movimenta. Isso altera o ritmo de contratações”. Nos últimos 5 anos, a seleção de pessoal para atuar nessa área ficou mais complexa e refinada, completa ele. “Mato Grosso é importantíssimo nas áreas de grãos e carnes e para o Estado não há outro caminho senão o crescimento”.

Safras recordes e a impressionante produtividade somadas à próspera demanda internacional por alimentos levam a crer que o agronegócio é um dos setores mais promissores da economia brasileira. Sendo assim, terá que aperfeiçoar seus mecanismos de administração. Segundo o especialista, nota-se um movimento de profissionalização em grandes grupos do agronegócio, com recrutamento de gestores para posições estratégicas. “Serão essas pessoas as responsáveis pela nova fase que essas empresas estão optando, seja para estruturação de processos, ampliação de mercado ou internacionalização da operação”.

No último ano, os profissionais mais requisitados pelo agronegócio foram para atuar nas áreas de Operações, Finanças e Vendas. Na lista figuram gestores de fazenda, com remuneração variável entre R$ 10 mil a R$ 25 mil. Incluem-se ainda coordenadores técnicos com domínio nas áreas de irrigação, tratos culturais, monitoramento de pragas e controle de qualidade, com salários entre R$ 6 mil e R$ 12 mil. Para atuar como controller, os rendimentos salariais podem variar de R$ 12 mil a R$ 16 mil. Já para coordenadores e gerentes comerciais, os salários oscilam entre R$ 7 mil e R$ 12 mil. Segundo levantamento, contratações para a área operacional representam 50%, sendo seguidas pelas áreas de finanças (30%) e vendas (20%).

Segundo a diretora executiva de uma consultoria, Marluce Dezorzi, nos últimos 2 anos foram recrutados profissionais para mais de 300 vagas na área do agronegócio em Mato Grosso, somente pela empresa que comanda. Ela reforça que para um cargo gerencial o salário pode variar entre R$ 8 mil e R$ 18 mil. Já os consultores de vendas são remunerados com valores entre R$ 3,5 mil e R$ 5 mil, sem contar comissão e bônus. Inclusive esta é uma das funções mais demandadas no Estado, além de gestor comercial, mecânicos de máquinas agrícolas e gerente comercial.

Com expertise na seleção de profissionais para o agronegócio, a diretora de RH Viviene Scaracati afirma que a procura aumentou exponencialmente nos últimos anos e que o número de profissionais qualificados não é suficiente para atender esse mercado. Para este ano, a consultoria prevê abertura de 1,5 mil vagas voltadas para o segmento.

Atualmente a empresa dela está em processo de recrutamento para 60 vagas, incluindo para as funções de mecânico de máquinas pesadas, contador, mecânico industrial, operador de máquinas, engenheiro florestal, gestor ambiental, gerente de logística, gestor jurídico, advogado cível e advogado trabalhista. Invariavelmente as funções mais demandadas têm sido de mecânico, operador de máquinas e empilhadeiras, lubrificador, analista de logística, contador e advogados.

“As empresas exigem pessoas com formação na área de atuação, qualificadas para a função, com perfil proativo e comprometidas com a empresa”. Perfil Empresas do ramo agropecuário demandam profissionais com perfil corporativo e empreendedor, define o especialista em recrutamento de executivos para o agronegócio, Roberto Picino.

Neste sentido, o campo apresenta necessidades similares aos demais setores econômicos. A diferença está na carência de profissionais capazes de unir estratégia, comunicação, inteligência analítica e habilidades atreladas às particularidades do campo. “É necessário integrar a capacidade de inovação de perfil corporativo com a sensibilidade para os valores e as tradições do agro”, avalia. “De um modo geral, os profissionais do agronegócio, sobretudo os gestores, devem ter capacidade de conciliar a expertise técnica com a gestão”.

Ter formação em engenharia agronômica e com cursos de capacitação, como MBAs voltados para o Agronegócio, favorecem a inserção nesse mercado, especificamente para cargos de gerente de fazenda, conclui Picino. Com 46 anos de idade e formado em Ciência da Computação, Élcio César Ribeiro atua como gerente de produção na área de geração de energia por meio de biomassa.

Especialista em Automação Industrial com MBA em Gestão Executiva de Negócios, ele foi contratado por uma empresa do ramo agropecuário que mantém atividades produtivas diversificadas em Mato Grosso, como floresta plantada, lavoura (soja e milho) e pecuária. “Trabalho nos municípios de Jaciara, Cuiabá, Chapada dos Guimarães e Itiquira. O salário é muito bom”, resume.

Entre idas e vindas, Élcio já completa 6 anos de atuação no agronegócio, com revezamento nas funções de gestor de logística e gerente de produção. Segundo Dezorzi, as empresas buscam profissionais arrojados, com agressividade comercial, com foco no cliente e em resultados, além de conhecimento sobre agronegócio e formação superior na área de atuação. “Neste mercado não há espaço para profissionais com conhecimento generalista. É preciso conhecimento técnico aplicado e experiência, já que o profissional terá que apresentar respostas aos clientes e às necessidades dos produtores, que buscam soluções para a lavoura ou pecuária”, observa.

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