O pregão desta quarta-feira foi de volatilidade aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Após testar os dois lados da tabela, as principais posições da commodity encerraram o dia com perdas entre 3,25 e 4,00 pontos. O vencimento março/18 era cotado a US$ 9,83 por bushel, enquanto o maio/18 operava a US$ 9,94 por bushel.
As agências internacionais reportaram que o mercado passou por um movimento de correção, com os participantes do mercado ajustando posições antes do boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O relatório será divulgado às 15h (horário de Brasília), nesta quinta-feira.
Os investidores ainda esperam que haja uma revisão para cima na produção de soja no Brasil. Inclusive, nesta quarta-feira, o adido do USDA estimou a produção de soja do país em 112,5 milhões de toneladas.
Em seu último boletim, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projetou a safra em 110,4 milhões de toneladas. A entidade atualiza as informações nesta quinta-feira. Já a AgRural, estimou a produção em 116,2 milhões de toneladas.
Paralelamente, o comportamento do clima na Argentina segue no radar dos investidores. “A soja encontra sustentação nas preocupações sobre as chuvas previstas na Argentina no final de semana e também ao longo da próxima semana. Há especulações de que as precipitações não sejam suficientes para aliviar o estresse na cultura”, destacou a agência.
Os órgãos oficiais já divulgaram que as lavouras de soja argentinas apresentam perdas depois do longo período sem chuvas e das altas temperaturas. “Se as chuvas não chegarem, a safra poderia sofrer os efeitos e cair para 40 milhões de toneladas de soja nesta temporada”, disse Eduardo Sierra, o principal assessor climático da Bolsa de Cereais de Buenos Aires.
Em contrapartida, “o mercado têm algumas preocupações a curto prazo sobre o excesso de chuvas em algumas regiões do Brasil, que pode atrasar a entrada de produto no mercado e frágil logística do país”, destacou Tobin Gorey, do Commonwealth Bank of Australia ao Agrimoney.com.
Mercado doméstico
No mercado interno, a quarta-feira foi de ligeiras altas aos preços da soja. Conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o valor subiu 3,64% em Sorriso, com a saca a R$ 57. Já em Brasília, o ganho ficou em 2,46%, com a saca a R$ 62,50.
Em Não-me-toque (RS), o preço subiu 1,67% e encerrou o dia a R$ 61,00 a saca. No Paraná, nas praças de Ubiratã e Londrina, a valorização foi de 0,47%, com a saca da oleaginosa a R$ 63,60.
Nos portos, o dia também foi de alta aos preços da soja. No terminal de Rio Grande, o disponível encerrou a quarta-feira a R$ 73,40, com ganho de 0,55%. O preço futuro registrou valorização de 0,81%, com a saca a R$ 74,80. No porto de Santos, a saca subiu 1,39% e terminou o dia a R$ 73,00.
A colheita da safra no Brasil permanece no radar dos participantes do mercado. Depois do atraso na semeadura e, consequentemente, no início dos trabalhos de colheita, as atenções estão voltadas às previsões de chuvas nas principais regiões de produção no país.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou a quarta-feira com alta de quase 1%. O câmbio era cotado a R$ 3,2770 na venda, maior patamar desde 28 de dezembro do ano passado, quando o dólar fechou a R$ 3,3144.
“O câmbio acompanhou o cenário externo, sobretudo após o Senado nos Estados Unidos ter fechado um acordo sobre o orçamento do país e ter liberado 300 bilhões de dólares em gastos”, destacou a Reuters.