A liminar que impedia a exportação de bois vivos que estavam atracados no Porto de Santos, em São Paulo, foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) na noite de domingo (4). Os animais, sob a responsabilidade da empresa Minerva Foods, estavam a caminho da Turquia, mas a carga foi proibida de seguir viagem após uma determinação da 25ª Vara Cível Federal de São Paulo, devido a condições insatisfatórias.
A medida foi criticada pela Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) no último sábado (3). A suspensão da 1ª decisão ocorreu após recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) que pediu a liberação da carga para seguir viagem até o destino final, na Turquia. A suspensão da exportação dos animais, mesmo que temporária, colocou sob suspense o setor pecuário, com o evidente risco aos negócios do segmento.
No ano passado, as exportações de bovinos e bubalinos vivos de Mato Grosso somaram US$ 80,423 mil, com o envio de 21,450 toneladas. Os dados são do sistema Agrostat, mantido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O balanço não informa a quantidade de bovinos em número de animais, apenas em quilos.
A Acrimat afirmou em nota que repudia a intervenção judicial. “A decisão judicial coloca em suspeita o eficiente modelo produtivo e prejudica de forma direta os produtores de carne do Brasil. Além disso, tal decisão caracteriza uma interferência direta ao modelo econômico de livre mercado, essencial para o desenvolvimento socioeconômico do país”, destacou.
Já o presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo), Luis Antônio Freitas, é contra o envio destes animais vivos ao mercado externo. “Estamos exportando esses animais vivos e deixando de gerar empregos no Estado e no país. É incompreensível exportar boi vivo, pois estamos exportando empregos”, afirma.