O desembargador Jose Zuquim Nogueira negou pedido feito por promotores do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO) para afastar do cargo o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (DEM) que, nas inestigações da Operação Bereré – Bônus é acusado de ser beneficiário de pelo menos R$ 3,4 milhões de contratos de empresas prestadoras de serviços para o DETRAN – Departamento Estadual de Trânsito. Na primeira fase da operação, em fevereiro, o MP pediu a prisão de Botelho, mas Zuquim negou. O presidente da Assembleia vai depor para os promotores na 6ª feira.
“Em que pese o requerimento do Ministério Público para o afastamento do investigado José Eduardo Botelho da sua função de presidente da Assembleia Legislativa, os argumentos postos no pedido não são suficientes a configurar esta necessidade. Não há demonstração da atuação direta do investigado sobre os demais relacionada à sua função; as provas e condutas dos demais investigados não estão vinculadas à atividade do deputado, atualmente. Não há, outrossim, contemporaneidade em sua conduta que demande a medida cautelar”, decidiu Zuquim.
No inquérito policial, os promotores apontam que o deputado foi sócio da empresa de fachada, que faria treinamentos, de 2010 a 2013 e o ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes, o Dóia, o acusou de receber propina da principal empresa envolvida no esquema de desvios e para o deputado Mauro Savi (DEM), que foi preso, hoje e afastado do mandato, pelo desembargador Zuquim, informa a Gazeta Digital.
Promotores apontam que foram pelo menos 46 transações totalizando R$ 1,3 milhão movimentado por Eduardo Botelho envolvendo empresas e pessoas físicas por meio de cheques e transferências bancárias. Algumas delas tratam de valores recebidos pelo parlamentar enquanto outras decrevem quantias que ele repassou para empresas e pessoas, todas descritas nas investigações.
Além de Savi, foram presos hoje juntamente com os advogados Paulo Taques e Pedro Zamar Taques (primos do governador) e dos empresários José Kobori, Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira.
Outros deputados estaduais e ex-deputados estão sendo investigados e já prestaram depoimentos ao Ministério Público – Nininho, Zé Domingos, Baiano Filho, Wilson Santos, Pedro Henry -.