O deputado estadual Mauro Savi (DEM), o advogado e ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques foram presos, esta manhã, na 2ª fase da Operação Bereré, denominada "Bônus" cumprindo mandados judiciais contra mais pessoas suspeitas de envolvimento no esquema de propina de contratos que haviam sido firmados no Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran). Mauro Savi foi afastado do mandato parlamentar. Também foram presos Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira dos Santos e encaminhados ao GAECO e, à tarde, para audiência de custódia. O empresário José Kobori foi preso em Brasília. Faltaria cumprir um mandado que, de acordo com o MP é Pedro Jorge Zamar Taques, irmão do ex-secretário da Casa Civil. Ele é considerado foragido.
Paulo Taques chegou em uma viatura do GAECO e fez rápida declaração para a imprensa: "Parece que alguém falou pra alguém que um terceiro alguém pediu dinheiro para uma outra pessoa usando meu nome. Pelo que vi, foi isso”, disse, antes de entrar na sede do Ministério Público.
Foram expedidos, pelo Tribunal de Justiça, 6 mandados de prisão preventiva e 5 de buscas e apreensões em Cuiabá, São Paulo e Brasília. As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira a pedido do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrado hoje.
De acordo com a assessoria do Ministério Público Estadual, a operação Bônus é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas com objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos através de empresas que prestaram serviços para a autarquia, uma delas no fornecimento de lacres para placas, desde o governo Silval Barbosa, quando começaram os desvios que passariam de R$ 27 milhões entre 2009 e 2014. Outros deputados estaduais foram citados, em delação premiada, por supostamente receberem propina. Alguns prestaram depoimentos recentemente ao MP.
Mauro Savi foi acusado, em delação premiada de um dos envolvidos, de ser um dos que mais recebia propina e também foi apontado por ter feito indicações de aliados para ocupar cargos no Departamento Estadual de Trânsito, dentre eles o ex-presidente Teodoro Lopes, o Doia, que depois de deixar o cargo foi secretário de Finanças na prefeitura de Sinop. Paulo Taques foi citado pelos empresários Roque Anildo Reinheimer e Marcelo da Costa e Silva. O Gazeta Digital informa que eles disseram à Polícia Civil e ao Ministério Público que o escritório de advocacia que tem Paulo como um dos sócios seria o responsável por tratar de assuntos relacionados à empresa em Cuiabá.
Em instantes mais detalhes
(Atualizada às 10h17)