O deputado estadual Baiano Filho (PSDB) não compareceu para ser interrogado, esta manhã, na sede do Grupo de Atenção Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), sobre sua suposta participação no esquema de pagamento de propina no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), apurado na operação Bereré.
De acordo com os promotores que o aguardavam para a oitiva, o parlamentar não foi localizado em Cuiabá, na sua casa e em seu gabinete na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O interrogatório estava marcado para às 10h30. De acordo com a assessoria de imprensa de Baiano filho, ele sequer havia sido notificado sobre a necessidade de ida até o Gaeco. A localização de Baiano não foi informada porque ele estaria com o celular fora de área.
Outro que não compareceu para a oitiva marcada para esta manhã, foi o advogado Antônio Eduardo da Costa e Silva, apontado como um dos operadores que recebiam valores da FDL Serviços (Atual EIG Mercados) e repassava para diversos supostos beneficiários do esquema. Conforme divulgado pelo Ministério Público Estadual (MPE), a defesa dele pediu que o interrogatório fosse reagendado.
Baiano filho e outros 4 deputados estaduais passaram a ser investigados na Bereré no final de março, acusado de ser um dos destinatários finais da propina que era paga pela FDL para poder atuar como prestadora de serviço do Detran, no setor de registro de gravame.
Deflagrada em 19 de fevereiro, a operação apura um esquema de desvio de recursos do Detran, por meio de um contrato de concessão dos serviços de registro de contratos de financiamento de veículos. Conforme o MPE e a Polícia Civil, parte do valor pago pelos contribuintes era desviado por meio de uma empresa de fachada. Os responsáveis pela investigação afirmam que pelo menos R$ 27 milhões foram desviados e a Justiça já determinou o bloqueio de bens dos investigados.