O Ministério Público confirmou, há pouco, que 12 investigados na Operação Bereré, sobre desvios de dinheiro do Detran, no governo de Silval Barbosa, vão depor na próxima semana. Os interrogatórios serão na sede do GAECO – Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado-. O primeiro a ser ouvido será o ex-deputado Pedro Henry Neto, no dia 2. Ele é acusado, em delação premiada, de ter articulado para que uma das empresas denunciadas fizesse parte do esquema e, após receber por supostos serviços, repassava propina.
O deputado estadual Ondanir Bortolini, Nininho (PSD) também vai depor no mesmo dia. O deputado Baiano Filho (PSDB) vai ao GAECO no dia 3, às 10hs, e o deputado Romoaldo Junior (MDB) prestará depoimento no mesmo dia, às 14:30h, assim como o ex-chefe de Gabinete de Silval Barbosa, Silvio Cezar Correa Araújo.
O secretário estadual de Cidades e deputado licenciado, Wilson Santos, vai depor no dia 4 e o deputado Zé Domingos Fraga Filho será ouvido, pelos promotores, no dia 5.
Outros investigados também prestarão esclarecimentos – são 12 no total nesta fase. A operação foi desencadeada no último dia 19 de fevereiro e foram cumpridos mandados de buscas e apreensões em gabinetes de deputados estaduais, dentre eles do presidente da Assembleia, Eduardo Botelho.
O MP chegou a pedir prisão de alguns deputados investigados mas o Tribunal de Justiça não autorizou. A investigação da delegacia Fazendária e Ministério Público é feita também com base na delação premiada do ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes (Doia) que acusou parlamentares e demais suspeitos de receberem propina do esquema dos lacres das placas de carro, cuja taxa era paga por donos de veículos. O esquema de corrupção através da empresa que fornecia os lacres de placas renderia propinas seria de R$ 1 milhão mensais. A empresa cobrava taxa que variava entre R$ 170 a R$ 400 e ficava com 90% do valor arrecadado, repassando apenas 10% aos cofres da autarquia.
O irmão do ex-governador Silval Barbosa, Antônio Barbosa, confirmou em delação que pegava dinheiro de propina do esquema – inicialmente R$ 100 mil mensais e, depois, caiu para R$ 80 mil.