O secretário geral do PT em Mato Grosso, Nelson Borges afirmou que o deputado estadual Allan Kardec vem participando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos sem o respaldo do partido. No final de janeiro, a diretoria da legenda proibiu seus representantes na Assembleia Legislativa de compor as investigações. Mesmo contrário a determinação, Kardec só pode sofrer alguma sanção se um membro do partido representar contra ele, o que não aconteceu ainda.
“Até o momento, só tem a decisão política de que ele não está autorizado a participar. Mas é importante ressaltar que ele está lá sem o respaldo do partido. Ele participa por conta e risco”, disse Borges.
O presidente estadual da sigla, deputado Valdir Barranco vem afirmando que a CPI não cumprirá o papel para que foi criada. Segundo ele, os deputados estariam usando a investigação para negociar com o executivo o pagamento das emendas impositivas que estão atrasadas. “Essa CPI não passa de um grande conluio”, tem dito o petista.
Desde o início da polêmica, Kardec afirmou que continuaria como membro da investigação, uma vez que, estando no cargo de sub-relator, poderia apresentar um relatório paralelo ao oficial, caso julgue necessário.
De acordo com o deputado, é preciso uma investigação séria acerca da denúncia feita pelo presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurlian Fraga (PSD), de que teria ocorrido um desvio de finalidade na aplicação dos recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
A CPI é presidida por Mauro Savi (PSB) e tem como relator o deputado Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD). Na vice-presidência ficou Adriano Silva (PSB), enquanto que Allan Kardec (PT) é membro titular e sub-relator.