O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, deputado Valdir Barranco, disse, esta tarde, que o diretório definiu, por uninimidade, que a sigla não deve ter representante na CPI da Assembleia Legislativa que vai apurar se o governo do Estado usou recursos do FUNDEB -Fundo Nacional Educação Básica- para pagar despesas de outros setores. O deputado Alan Kardec havia sido nomeado, pela presidência da Assembleia, para compor a comissão e seria sub-relator e participar das investigações mas não deve mais fazer parte da comissão parlamentar.
"Convocamos a executiva, o deputado Alan confirmou presença, depois justificou que teria compromisso, hoje falei com ele e que está tranquilo, vai acatar a decisão. Não tem rota de colisão (com Alan Kardec)", disse Barranco. "Eu fui o primeiro a ir ao governo cobrar informações sobre as pedaladas fiscais" "dos recursos do Fundeb que trouxe grande prejuízos para os municípios. Há interesse do partido nas investigações. Mas, a partir do momento que a CPI é instalada e não foi cumprido o que foi acordado com a oposição, de aguarda conforme o regimento, que se iniciasse o ano legislativo e fosse feita a recomposição dos blocos (partidários) porque nem sempre o bloco que termina o ano inicia o seguinte". "No entanto, ele (Eduardo Botelho) faz a composição (indicações dos nomes para a CPI) e alega que a oposição não havia apontado nomes". "O PT não compreende assim. Iremos compor grupo de trabalho com Sintep, CUT, AMM para que possamos fazer investigação ampla e produzir relatório para ofertar denúncia ao Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado", afirmou.
"A composição da CPI é atropelada, sem resguardar o regimento" e "pode virar uma grande pizza. Já sabedores disso, não queremos compactuar com essa CPI" que "é um grande conluio para o legislativo passar a mão na cabeça do executivo. As denúncias são gravíssimas" e "preferimos fazer um trabalho decente".
O deputado Mauro Savi (PSB) foi nomeado presidente da CPI. A maioria dos nomeados para a comissão é da base aliada do governo.