O inquérito policial instaurado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu que o homem, 25 anos, pai do menino, de 4 anos, morreu afogado ao tentar salvar a vida do filho, no dia 28 de janeiro deste ano, no Rio Cuiabá. Na época dos fatos, a esposa dele e mãe do menor – única testemunha do afogamento – apresentou versões contraditórias na delegacia. Inicialmente, declarou que o companheiro havia se suicidado, se lançando ao rio abraçado com o filho do casal. No entanto, as investigações, presididas pela delegada Ana Cristina Felder, apontaram que a versão apresentada pela mãe seria fictícia.
No decorrer das diligências, e confrontada por demais atos investigatórios, a mulher acabou confessando que inventou a história para que não a julgassem como uma mãe relapsa. “Os trabalhos de investigação demonstraram que a família estava no rio, em uma canoa, quando o menor soltou da mão da mãe, escorregou e caiu no rio. Neste momento, o pai teria pulado para tentar salvar o filho e também acabou desaparecendo na água.
Como ela não teria tentado salvar o menino também, por não saber nadar, disse que pensou que pudesse ser criticada, o que a motivou a inventar a história do suicídio. Declarou também que o marido era um excelente pai e marido”, explicou a delegada, por meio da assessoria.
Pela frieza demonstrada ao apresentar a versão fantasiosa na delegacia, que incriminava o marido mesmo ciente de que ele havia perdido a vida tentando salvar a criança, a autoridade policial requisitou laudo de sanidade mental da mãe do menino junto à Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para avaliar prováveis distúrbios psiquiátricos.
De acordo com a delegada, a requisição do laudo tem como objetivo auxiliar investigação para apontar se a mulher consegue avaliar a gravidade de sua acusação inicial, se sente remorso ou culpa por denegrir a imagem do companheiro, se sente culpada pela morte do filho, e se tem compreensão do cuidado e cautela necessários para cuidar de uma criança na beira de um rio. “Buscamos ainda avaliar se por eventual falta de conhecimento, ou sanidade mental, ela possa ter contribuído de alguma forma para que o menor caísse no rio”, afirmou a delegada.