A Polícia Civil cumpriu, hoje, na operação 10º Mandamento, 36 mandados de prisão contra integrantes de uma facção criminosa, envolvida em ataques a prédios públicos, incêndio e pichações na cidade de Barra do Garças (509 km de Cuiabá). Ao todo foram expedidos 51 ordens judiciais, sendo 38 mandados de prisão e 13 buscas, em cidades de Mato Grosso, Goiás e Paraná.
O balanço da operação foi apresentado na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública, com a presença dos representantes das instituições de segurança (Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Politec e Detran) e da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
Em Mato Grosso, as ordens de prisão foram cumpridas em Barra do Garças (11 pessoas que já estavam presas e 09 soltas), Rondonópolis (01 reeducando), Água Boa (07 reeducandos e 03 soltos) e Cuiabá (08 lideranças- sete detentos e um solto).
Ao longo de 18 meses, as investigações conduzidas pela Delegacia Regional de Barra do Garças e a Gerência de Combate do Crime Organizado (GCCO) identificaram que os criminosos estavam articulados para cometimento de crimes ordenados de dentro de unidades prisionais do Estado.
Os criminosos foram notificados das ordens por policiais das regionais instaladas nessas cidades, Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), em trabalho conjunto com o Sistema Penitenciário, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
Entre os criminosos que tiveram mandados cumpridos está o homem apontado como líder da organização, que está no presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Estado do Paraná, outro integrante que segundo a polícia tem grande poder de articulação, preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), o responsável pelas finanças e preso na PCE, o responsável pelos recurso humanos, condenado a 40 anos, portador de tornozeleira, que foi preso no bairro Jardim Cuiabá, além de duas mulheres e outros dois homens, que estão com tarefas de liderança da organização.
O delegado titular do GCCO, Diogo Santana, esclareceu que mesmo o criminoso já estando preso, um novo mandado de prisão possibilitará mais uma condenação. “É mais tempo de prisão que terá cumprir. O crime de integrar organização criminosa é muito grave, uma pena que pode chegar até oito anos de reclusão. Aquela pessoa que se identifica como membro de organização criminosa, seja por aplicativo de celular, seja por pichações em muro, só por dizer que é integrante de organização criminosa, já está sujeito a pena de oito anos, mais a pena do crime que cometer”, explicou.
De acordo com a assessoria da Polícia Civil, as investigações iniciaram em Barra do Garças, em maio de 2016, após a Delegacia da Mulher ser alvo de disparos de arma fogo, e na sequência o incêndio, com uso de coquetel conhecido por “Molotov”, a casa de um agente penitenciário, como sinais de retaliação às ações de enfrentamento realizadas sob o comando da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). As viaturas do Sistema Socioeducativo também foram incendiadas, supostamente a mando da facção.
“É uma estrutura criminosa que não se limitou a esses ataques planejados e orquestrados na cidade de Barra do Garças. Eles emanavam ordens para prática de delitos em todo o Estado. As ações pontuais, objeto das investigações, diz respeito a fatos de Barra do Garças, mas eles emanavam para práticas delitivas de outras situações que estão sendo investigadas, paralelas a essa”, disse o delegado de Barra do Garças, Joaquim Leitão.
O secretário Justiça e Direitos Humanos, Fausto José Freitas da Silva, destacou que o Estado, por meio da secretaria, vem buscado meios para dificultar a proliferação das organizações criminosas, principalmente, dentro das unidades. “Temos uma estratégia que será colocada em prática para dificultar a comunicação dessas pessoas de organizações, seja com pessoas dentro da unidade ou com pessoas que estão fora. Até mesmo a transferência de pessoas ligadas as organizações para unidade federais é cogitada. Aproveitamos informações como essa para solicitar vagas para presídios federais”, disse.