O secretário de Estado de Segurança Pública, Gustavo Garcia, determinou, hoje, a criação de um Gabinete de Gestão de Crise, com a participação das instituições policiais estaduais e federais para traçar ações operacionais com o objetivo de garantir os serviços essenciais para a população. O gabinete vai funcionar na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) e será coordenado pela Secretarias Adjuntas de Integração Operacional (Saiop) e de Inteligência (SAI).
Até o início desta tarde, os profissionais que compõem o gabinete de gestão de crise já receberam três pedidos de escoltas para combustível. O primeiro deles foi para abastecer o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), e posteriormente para atender as forças de segurança dos municípios de Tangará da Serra e Alta Floresta.
“A utilização do Centro Integrado de Comando e Controle neste momento de crise permite a atuação integrada dos órgãos estaduais e federais para garantir celeridade e eficiência nas ações realizadas no estado, otimizando recursos materiais e humanos do desempenho da função”, disse o secretário de Estado de Segurança Pública, Gustavo Garcia, por meio da assessoria.
O secretário adjunto de Integração Operacional da Sesp, coronel PM Jonildo Assis, disse que desde o início da paralisação dos caminhoneiros em todo o país (dia 14), a Sesp já vinha acompanhando a situação para evitar prejuízos à segurança pública da população.
“Ainda na semana passada foram definidas algumas ações operacionais no âmbito da Sesp, no sentido de otimizar e adaptar os serviços prestados pelas forças de segurança. Foram priorizadas atividades operacionais para proporcionar um serviço de qualidade à população. Com a instalação do Centro Integrado de Comando e controle, os membros efetivos de todas as forças de segurança vão atuar com as demandas operacionais advindas desta crise”, enfatizou.
Participam das ações integradas a Polícia Militar (PM); Polícia Judiciária Civil (PJC); Corpo de Bombeiros Militar (CBM); Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec); Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), por meio do Sistema Penitenciário (Sispen); Exército Brasileiro; e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Os trabalhos serão organizados pela Saiop e SAI, em um regime de revezamento entre as instituições com relação à coordenação. As medidas serão tomadas mediante deliberação com os demais participantes para atender as demandas operacionais a respeito de escolta de combustíveis e negociação com pessoas do movimento.
O Gabinete funcionará todos os dias, enquanto durar a greve, com instalação as 10h30 e previsão de término às 22h, e o acionamento será feito por telefone, quando necessário. Na ausência do gabinete instalado, os plantonistas do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP) responderão pela gestão das demandas que surgirem, podendo ainda acionar todos os representantes, caso haja necessidade ou crise iminente.
Ontem o presidente Michel Temer anunciou que o governo atendeu mais reivindicações da categoria. O governo federal confirmou que publicou, em edição extra do diário oficial, três medidas provisórias (MPs 831, 832 e 833) com redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro, congelando o preço por 60 dias. Isso equivale, segundo o presidente, a zerar as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins. Concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário.
Porém, mesmo com as publicações, em Mato Grosso, nesta segunda-feira, manifestantes ainda estão bloqueando passagem da maioria das cargas em cerca de 30 trechos – Rondonópolis (km 119) e Jaciara (km 269 da BR-364). Em Cuiabá, são mantidos os dois pontos com interdições. No Distrito Industrial (km 398 na BR-364) e no km 504 da BR-070 (rodovia dos Imigrantes). As mobilizações são registradas na BR-163 em Nova Mutum (km 593 e km 601), Lucas do Rio Verde (km 686 e km 691), Sorriso (km 746 e km 750) e Sinop (km 821). Em algumas rodovias estaduais, como na região de Tangará da Serra, também há bloqueios. Cargas vivas e produtos hospitalares/medicamentos estão passando.