O delegado Ugo Ângelo Reck concluiu e enviou para o fórum, nesta terça-feira, os inquéritos sobre as mortes de Jandirlei Alves Bueno, 39 anos, e Adriano Gino, 29. Ele revelou, ao Só Notícias, que a maquiadora Cleia Rosa dos Santos, 34 anos, foi indiciada por dois homicídios qualificados, supostamente cometidos por motivo fútil, meio cruel e mediante recursos que dificultaram as defesas da vítimas. Em relação ao assassinato de Adriano, o delegado ainda acrescentou a qualificadora de ter sido cometido para garantir a impunidade de outro crime.
Cléia, caso condenada, ainda deverá ter a pena aumentada por ter sido, supostamente, a mandante dos dois assassinatos. O delegado adiantou ainda que os irmãos José Graciliano dos Santos, 30 anos, e Adriano dos Santos, 20 anos, foram indiciados apenas pela morte de Adriano Gino. Em relação, a este crime, dupla responderá por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. Por este caso, ambos, assim como Cléia, também respondem inquérito (já concluído e remetido para o fórum) por ocultação de cadáver.
Agora, o Ministério Público Estadual (MPE) irá analisar se denuncia o trio pelos crimes. Em caso positivo, a denúncia será encaminhada para a vara criminal e o (a) juiz (a), se entender que há indícios de envolvimento, abrirá ação penal contra os acusados. Como se tratam de crimes contra a vida, os três podem ir a júri popular.
Conforme Só Notícias já informou, um serralheiro de 32 anos foi preso em uma residência, no bairro São Francisco, com uma pistola calibre 380 e 13 munições. A Polícia Civil cumpriu mandado de busca na casa dele, após suspeita de suposto envolvimento com Cléia. No entanto, ficou descartada a participação dele nos homicídios. De acordo com o delegado, “em depoimento, o suspeito disse que Cléia o contratou por R$ 5 mil, mas que nunca aceitou praticar o crime”. Ele foi autuado apenas por porte ilegal de arma de fogo.
A maquiadora é acusada de mandar o amante matar o marido e, depois, teria contratado os irmãos José e Adriano, que trabalhavam como vigilantes na rua da suspeita, para matar o amante. Ela e a dupla foram presos no final do mês passado por policias da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf). Os dois homens levaram os investigadores até o local onde o corpo de Gino (amante) foi enterrado, em uma área de mata, na estrada Alzira. Na mesma vala, os supostos assassinos enterraram uma motocicleta.
Jandirlei foi esfaqueado na residência do casal, no Jardim Florença, durante simulação de suposto latrocínio (roubo seguido de morte), que teria sido executado, segundo a polícia, pelo amante de Cléia. O marido da maquiadora foi atingido por dois golpes de faca, em outubro de 2016, e ficou internado por quase dois meses, porém, acabou falecendo em dezembro do mesmo ano. Na data do crime a mulher contou à polícia que estava em casa, na companhia do esposo, quando foram rendidos por dois assaltantes. Na versão contada, Jandirlei teria reagido e sido esfaqueado.
Já Adriano Gino estava desaparecido desde o dia 23 de dezembro do ano passado. Os restos mortais dele foram localizados, no mês passado, enterrados em uma área de mata, na estrada Alzira. No mesmo local, também foi encontrada uma motocicleta da vítima. A ossada e a moto foram encaminhadas para exames periciais.
Ugo Reck disse que a família de Jandirlei já desconfiava da mulher, mas que, na época, não foram reunidas provas contra ela. Com o sumiço de Gino, as investigações foram retomadas. “Outra equipe voltou a investigação e descobriu que ela estava se relacionando com o amante, suspeito de matar o marido dela. Então, descobrimos que ele também estava morto. Os dois crimes foram motivados por brigas fúteis entre amante e marido. Em relação a morte do marido, (ela) se mostrou um pouco arrependida. Já o outro crime (amante) disse que faria de novo”, declarou.
Os dois acusados de matar Adriano contaram como o crime ocorreu. “Ela primeiro ofereceu R$ 5 mil, depois ofereceu um carro GM Prisma e nós aceitamos. Ela levou o amante até a casa dela, dopou com comprimidos e nós matamos com golpes de enxada. Depois colocamos no carro e escondemos o corpo”, disse.
Os irmãos estão no presídio Ferrugem. Já a mulher foi levada para a cadeia feminina em Colíder (157 km de Sinop).