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Crianças com até 11 anos são as maiores vítimas de estupro em Mato Grosso

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Em Mato Grosso 91% das vítimas violência sexual contra menores são meninas com até 11 anos de idade. Quase dois casos de estupro contra essas crianças foram registrados por dia em 2017. No total foram 483 ocorrências contra meninas e 131 contra meninos nessa faixa etária no Estado. Na maioria dos casos o agressor é sempre um familiar ou conhecido da criança. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública e apontam um crescimento de 4% no número registrado de estupro de vulneráveis em um ano.

Nos casos do crime praticado contra os adolescentes, de 12 a 17 anos, o aumento foi maior e chegou a 7,8%. Nessa faixa etária, meninas continuam sendo as maiores vítimas com 412 registros, contra meninos foram 26 ocorrências. Diante dos diversos casos registrados, o que mais “choca” tanto a população como a polícia, é que os criminosos muitas vezes são quem deveria cuidar e proteger a criança. Na maioria dos inquéritos sobre crimes sexuais contra crianças e adolescentes, o pai, padrasto, parente, vizinho ou amigo da família é o agressor.

Em Cuiabá, em caso recente, um idoso, de 75 anos, foi preso em flagrante acusado de abusar da sobrinha, de 7 anos, no Bairro CPA 4. Segundo a Polícia Civil, o suspeito foi preso logo após o crime. Segundo o pai da criança, o tio aproveitou um momento em que ficou a sós com a sobrinha para praticar o abuso. Ele teria agarrado a menina por trás a força e passado as mãos nas partes íntimas dela. A criança teria corrido assustada até o pai e pedido a ele que mandasse o tio embora da casa, revelando o abuso sofrido.

No ano passado mais um caso chamou atenção, quando uma criança, de 12 anos, denunciou que as duas irmãs, de 11 e 15 anos, eram estupradas pelo pai, em uma fazenda na região de Araguaiana, (563 km de Cuiabá). A menina escreveu uma carta e entregou para uma professora, que levou o caso ao Conselho Tutelar e à Polícia Militar.

Apesar dos números alarmantes, a situação vivenciada por crianças e adolescentes pode ser ainda pior, uma vez que as subnotificações ainda existem, e uma das principais dificuldades da polícia é que os crimes são de difícil confirmação, pois geralmente a vítima está traumatizada, a família abalada e o agressor quase nunca confessa.

O delegado Cláudio Alvares Santana, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, da Criança e do Idoso de Várzea Grande, confirma que os agressores em sua maioria são pessoas que aproveitam da sua condição diante da vítima para cometer o crime. Essa situação é também um dos motivos que tornam os crimes ainda mais velados. Segundo o delegado, em muitos casos a criança se sente intimidada e não denuncia, ou em outros chega a denunciar, mas a família não acredita, ou quando acredita decide “abafar”.

Diante dos dados de crescimento no número dos crimes, a representante do Cedca ressalta o aumento nas denúncias apontando ainda o papel das campanhas de conscientização que são feitas, assim como o papel da mídia, que ao levar a discussão para a sociedade, tem contribuído também com aumento de denúncias. “Esse crescimento não significa apenas que temos mais crimes, mas também que temos mais gente denunciando, cumprindo com seu papel”.

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