Os desembargadores da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negaram o pedido de revogação preventiva do principal suspeito de assassinar, a facadas, Marines Teles de Lima. O crime ocorreu em maio de 2002, em um bar, na avenida das Palmeiras, no bairro Jardim Imperial. Somente em março deste ano o homem de 47 anos, que era companheiro da vítima, foi preso por policiais do Grupo Armado de Resposta Rápida (GARRA) e da Divisão de Homicídios da Polícia Civil.
A defesa ingressou com recurso após a juíza da 1ª Vara Criminal de Sinop, Rosângela Zacarkim, pronunciar o réu por homicídio qualificado. Com a decisão, ele será julgado pelo tribunal do júri. Para a defesa, as qualificadoras (motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) são improcedentes. O advogado também requereu a revogação da prisão preventiva do suspeito.
Os desembargadores, no entanto, não aceitaram os argumentos. “(…) as provas coligidas nestes autos denotam que o crime de homicídio narrado na peça acusatória pode ter sido praticado por motivo fútil. Por outro viés, no que se refere à qualificadora de utilização de recurso que dificulta ou impossibilita a defesa da vítima, a denúncia narra que o recorrente esfaqueou a vítima, encurralando-a no sofá de sua residência, sem qualquer meio de resistência ou defesa”, diz trecho da decisão.
Os magistrados também não aceitaram revogar a prisão preventiva do acusado. O relator, desembargador Luiz Ferreira da Silva, lembrou que o acusado permaneceu foragido por 14 anos. “Além disso, deve ser considerada sua periculosidade, que foi externada pela gravidade concreta do ilícito em alusão, no qual a vítima foi morta em razão de hemorragia externa provocada por esgorjamento”, destacou Silva.
Conforme Só Notícias já informou, ao ser interrogado, durante a fase judicial, o acusado confessou o crime. Ele alegou que “perdeu a cabeça” em virtude de uma suposta traição da vítima. Segundo o réu, a vítima confidenciou que tinha viajado para Mato Grosso do Sul, onde havia conhecido uma pessoa, e, por tal motivo, queria terminar o relacionamento. O acusado justificou ainda que teria sido mandado embora da casa.
Ao detalhar o crime, o réu afirmou que estava fazendo o jantar quando a vítima chegou em casa dizendo que queria terminar o relacionamento. O acusado alegou ainda que Marines gritou e proferiu ofensas, o que “o fez perder a cabeça”. O homem confessou que foi até a cozinha da residência, pegou uma faca e esfaqueou a vítima. Em seguida, fugiu e morou em cidades como Ponta Porã (MS), Marcelândia e Cláudia. Em depoimento, alegou que estava arrependido e ainda “pediu perdão”.
O suspeito segue preso no Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”. A data do júri ainda não está definida.