A auxiliar de escritório, Francielli Monteiro Garcia, de 24 anos, disse em entrevista, ao Só Notícias, que teve o filho trocado na maternidade do Hospital Regional de Alta Floresta, em maio do ano passado. A descoberta ocorreu após fazer um exame DNA no menino que está com ela há mais de 9 meses.
“Eu estava em um posto de saúde para fazer a consulta de rotina antes de voltar ao trabalho, quando encontrei a outra mãe que ficou no mesmo quarto antes do parto. Quando ela me mostrou a criança levei um choque. O menino se parecia muito com o meu marido. Com isso, gerou a desconfiança da troca e foi confirmada através do exame DNA. Entrei em desespero e procurei a Defensoria Pública para resolver o problema e fazer o exame inverso com o outro bebê”.
A mãe explicou ainda que a outra família também já fez o exame com a criança que pode ser seu filho biológico. “O resultado chegou e comprovou que o menino também não é filho dela. Isso ocorreu em dezembro e, até agora, não fui chamada para fazer o exame inverso. No começo foi difícil, eles até não aceitaram fazer esses exames. Eu também fiquei muito abalada com essa situação”.
O exame para comprovar ou não a compatibilidade dela com a outra criança está previsto para ocorrer no próximo mês. “Tive que entrar com um advogado particular para dar mais celeridade na situação. Esta semana, tivemos a confirmação que o exame inverso deve ocorrer no início de março. Após isso, ocorrerá todo o processo de adaptação e mudança de documentos”,
Outro lado
A assessoria da secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES) informou, ao Só Notícias, que todo recém-nascido é recepcionado pelo enfermeiro, e identificado conforme o protocolo da instituição. Segundo relato da equipe de enfermagem havia 2 mães em trabalho de parto naquele instante. A mãe Franciele Monteiro Garcia, teve o bebê na sala de parto às 20h46, nasceu hipoativo, foi recepcionado, colocado em berço aquecido, e em oxigenoterapia. A puérpera (mãe) após o parto apresentou hemorragia e foi encaminhada ao centro cirúrgico para controle. Em seguida a enfermeira foi chamada no quarto ao lado onde se encontrava outra gestante, já em trabalho de parto que aconteceu ali mesmo no quarto. O recém-nascido foi levado à sala para os cuidados e, em seguida, entregue à mãe em alojamento conjunto. Porém o bebê de Francielle continuou em oxigenoterapia, no berço aquecido na sala de parto. Procedimento normal para esses casos.
A acompanhante relatou que esteve todo o tempo acompanhando o processo, desde o parto até o outro dia. E que não consegue imaginar como isto foi acontecer, pois permaneceu acompanhando e cuidando do menino desde o seu nascimento.Essa informação foi obtida quando a enfermeira chefe do hospital foi comunicada na Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue (UCT), sobre a suspeita da troca e mostrou o resultado do exame de DNA, até esse momento não havia ocorrido quaisquer informações sobre este fato formalmente ao hospital.
O hospital até o momento não encontrou qualquer falha nos procedimentos adotados, pois as crianças saíram corretamente identificadas constando o nome da mãe, data, horário do nascimento e sexo, as mães estiveram alojadas no mesmo ambiente após o parto em conjunto com seus recém-nascidos até a alta hospitalar, informou a assessoria.