“Parabéns pra você. Nesta data querida. Muitas felicidades, muitos anos de vida”. Esse era o canto das arquibancadas do Independência, aos 32 minutos do segundo tempo. Neste momento, a classificação já estava encaminhada, com a vitória do Atlético sobre o América, por 2 a 0, na segunda partida das semifinais do Campeonato Mineiro.
Os gritos desejando felicidades eram destinados ao Atlético, que completa neste domingo, 110 anos de vida. O presente foi dado pelos jogadores a agremiação e torcedores: a classificação para a final do Campeonato Mineiro.
Todos têm motivos para comemorar, afinal, 2018 tem se mostrado um ano bastante complicado até aqui. O Atlético ainda oscila – embora tenha mostrado crescimento nas últimas partidas.
O duelo deste domingo iniciou após o apito final da última quinta-feira, quando o Galo venceu por 1 a 0 e inverteu a vantagem que o Coelho tinha. A pressão da diretoria fez a Federação Mineira de Futebol colocar arbitragem de fora de Minas Gerais para o jogo. O time alviverde reclama muito da influência do dono do apito.
O América entrou em campo com roupa vermelha. O clube teve atitude igual quando protestou contra a implantação do profissionalismo no futebol mineiro, em 1933.
Hoje não há o que reclamar. O Atlético foi novamente superior, sem qualquer interferência da arbitragem. O Galo marcou os dois gols no segundo tempo, o primeiro com Fábio Santos e o segundo com Elias e agora se prepara para enfrentar o Cruzeiro, no próximo fim de semana.
Primeiro tempo
Os minutos iniciais do confronto mostraram um Galo mais confiante. A equipe preto e branca, nos seis primeiros minutos, chegou, pelo menos, quatro vezes. Na maioria das oportunidades, o Atlético chegava pelas pontas.
O América se defendia. Não conseguia agredir. Os atletas eram ouvintes do técnico Enderson Moreira que pediu mais cuidado aos alas com os avanços pelas pontas. Norberto e Giovanni realmente encontravam problemas pela frente: de um lado Luan, do outro Otero.
Junto com isso, o nervosismo levava ao Coelho o erro. Em uma bola simples, aos 15 minutos, o Galo levou perigo. Isso porque Rafael Lima deixou para Jory e Jory deixou para Rafael Lima. Luan decidiu entrar na brincadeira e a defesa teve trabalho para conseguir mandar a bola pela linha lateral.
Após os 20 minutos, o América passou a segurar a bola. A equipe de Enderson Moreira buscava o ataque de maneira tranquila, trocando passes. Enquanto isso, o Galo recuava. A estratégia atleticana é antiga: deixa o adversário com a bola e buscar o contra-ataque utilizando a velocidade.
E assim o Galo conseguiu levar perigo claro pela primeira vez. Em descida rápida, Cazares foi parado com falta, na entrada da área. Na cobrança, Jory precisou se esticar todo para fazer a defesa. A bola ainda pegou na trave ainda de ficar com os zagueiros.
Após os 30, o jogo ficou equilibrado. As duas equipes encontravam dificuldades de levar perigo, não chegavam ao ataque e o duelo ficava concentrado em jogadas ríspidas no meio campo.
A polêmica no clássico não poderia faltar. Assim como nos dois primeiros encontros entre os rivais mineiros, neste também aconteceu. Em cruzamento na área, no finalzinho, Rafael Lima desviou de cabeça e Victor tirou a bola em cima da linha. A reclamação começou.
Na saída do gramado, o zagueiro admitiu que a bola não entrou.
Segundo tempo
O América voltou com intensidade para a etapa complementar. O resultado não era interessante para o Coelho. Um gol já ajudava. E era atrás dele que o clube alviverde corria.
Mas errar na decisão é fatal. O volante Zé Ricardo vacilou no meio campo e Luan roubou a bola. O jovem deixou para Ricardo Oliveira, na ponta esquerda. Em uma inversão de papeis, o camisa 9 cruzou de perna esquerda e encontrou Fábio Santos na pequena área, aos 6. A bola parou no fundo das redes.
Depois de marcar o tento, o técnico atleticano, Thiago Larghi, tirou Luan de campo e lançou Gustavo Blanco. Na teoria, o time alvinegro ficaria mais retrancado, com três volantes. No entanto, no momento ofensivo, Elias se comporta como um meia e isso seria utilizado.
Pelo lado do banco do América, Enderson Moreira mandou seu time para o ataque. Colocou Marquinhos na vaga de David. O Coelho ficou bastante ofensivo.
Aos 32, o Galo ampliou. O América se lançou ao ataque, mas deixou muito espaço aberto. Cazares recuperou a bola, ainda na área alvinegra, e carregou a redonda. A equipe preto e branca chegou a frente com quatro jogadores, contra apenas um americano. O camisa 10 deixou com Elias que empurrou para o fundo das redes.