O protesto dos caminhoneiros autônomos contra o alto preço do óleo diesel e da gasolina, interditando, desde segunda-feira, 15 trechos em rodovias federais em Mato Grosso e dezenas de outros em vários Estados já causa impacto em algumas cidades. Dezenas de carretas carregadas com combustível estão paradas nas filas, nas rodovias, esperando o bloqueio acabar para seguirem ao Nortão, onde estão diversas bases distribuidoras.
Em alguns postos em Sinop, a previsão é que o estoque dure até amanhã considerando a quantidade estocada é de 3 dias. O empresário Diego Granja, dono de uma rede de postos, disse que os estoques entrando na reta final. "Ontem vendemos cerca de 15% a mais devido a apreensão das pessoas de ficarem seu combustível", informou, ao Só Notícias. "Se o protesto continuar é possível que a partir de amanhã a situação comece a ficar preocupante", acrescentou.
A bancária Suzane Fonseca abasteceu seu carro, ontem à noite, após enfrentar uma longa fila e não sabe quando terá nova oportunidade. “O frentista me falou que provavelmente meu carro era o último a ser abastecido naquela bomba”, disse.
Em alguns postos, tem donos de veículos esperando nas filas para abastecer.
O empresário Jonas de Paula, dono de posto de combustível e distribuidora, informou que parte das distribuidoras da região já não tem mais combustível para fornecer às fazendas, que utilizam o diesel para abastecer tratores, colheitadeiras, fazer silagem e os estoques dos postos que abastecem as cidades estão chegando ao limite. “Se não acabar a greve, amanhã deve começar a faltar combustível nas cidades também”, analisou.
Mesmo após o término do bloqueio das rodovias, a previsão do empresário é que a situação só se normalize dentro de uma semana. “Terminando a greve, a situação fica amenizada, mas não resolve. A maioria dos caminhões está a caminho das refinarias, então eles precisam buscar o combustível e isso demora pelo menos uma semana”, explicou Jonas.
Não há previsão para o fim do manifesto. A promessa de baixar o preço do diesel em 5 centavos não foi efetivada e não agrada a categoria que permanece mobilizada cobrando redução maior. Ontem o preço do diesel nas refinarias era de R$ 2,37 e hoje caiu para R$ 2,33.
Além de combustíveis, milhares de cargas – materiais de construção, gás, madeira e muitos outros produtos- também estão com paradas nas filas.