O aumento de 9,8% no preço médio do etanol em Mato Grosso de março para abril, cujo litro passou, em média, de R$ 2,64 para R$ 2,90, coloca o Estado na 2ª posição no ranking nacional de menor cotação do biocombustível para o consumidor, conforme pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O valor médio registrado nos postos mato-grossenses perde apenas para São Paulo, onde o litro do produto custa em média R$ 2,87. Por mais que o preço cobrado no Estado esteja entre os menores do país, os consumidores reclamam da alta repentina e recalculam os gastos, na tentativa de economizar.
Ainda de acordo com o levantamento de preços da agência reguladora, o etanol mais caro é vendido aos motoristas acreanos, onde o valor médio chega a R$ 3,78. Pela gasolina, os consumidores mato-grossenses não pagam nem o valor maior nem o menor. A média apurada é de R$ 4,20, por litro, que coloca o Estado na 13ª posição. A mais cara também é consumida pelos acreanos (R$ 4,79) e a mais barata é encontrada nos postos da Paraíba (R$ 3,88).
Jorge do Santos, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), afirma que há cerca de 10 anos o Estado tem o hidratado mais barato do país. “Semana passada tínhamos o combustível mais barato. A diferença de 3 centavos é mínima. Com o avanço na colheita de cana, a oferta de etanol vai aumentar e os preços poderão voltar aos patamares de antes”, prevê pontuando que isso vai depender dos custos da indústria e da oferta e demanda do mercado.
Conforme o sindicato, 4 usinas que processam milho estão em operação e 5 que funcionam com cana já estão produzindo. Na safra 2018/2019, que começou a ser processada, a estimativa é que a produção de cana seja de 16,5 milhões de toneladas, cultivadas em 230 mil hectares. Mais 1 milhão de toneladas de milho serão usadas pelas usinas. A produção de etanol será de 1,4 bilhão de litros, sendo 900 milhões de hidratado e 500 milhões de anidro. O volume de açúcar está estimado em 390 mil toneladas.
Sobre os preços da gasolina e do etanol, o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindipetróleo), Nelson Soares Júnior, afirma que a concorrência entre os postos está acirrada na Grande Cuiabá, devido à política adotada pelas distribuidoras. “O consumidor vê uma variedade de preços e escolhe onde abastecer. No entanto, independentemente do valor da bomba, a cada R$ 100 pagos, R$ 50 vão para o governo”, criticou.