O grupo empresarial responsável pela construção da maior usina de etanol de milho do Brasil tornou público o pedido de licenciamento ambiental necessário para o empreendimento. Conforme publicação no Diário Oficial do Estado, a empresa requereu à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) as licenças Prévia (LP) e de Instalação (LI) da fábrica de combustível, localizada em um terreno de 150 hectares, às margens da BR-163, nas proximidades do bairro Alto da Glória.
Após comprar, em novembro do ano passado, o grupo multinacional chegou a anunciar que as obras começariam ainda em janeiro deste ano. O prazo, no entanto, foi esticado. “Estamos ainda em processo de licenciamento ambiental e fase final de estudos de projetos. A expectativa é abril”, resumiu, há alguns dias, ao Só Notícias, o gerente comercial da empresa, Flávio Peruzzo.
O representante da empresa explicou que também não há uma estimativa de quantos trabalhadores serão demandados, inicialmente, para a primeira fase da obra. Por enquanto, segundo ele, os currículos de interessados em trabalhar no empreendimento estão sendo recebidos apenas pelo site do grupo empresarial. “Como estamos ainda neste processo de licenciamento, não estamos veiculando (quantidade de vagas). Estamos recebendo estes currículos somente pelo site”.
Conforme Só Notícias já informou, serão investidos, no total, um valor entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões. A prefeita Rosana Martinelli (PR) confirmou, em novembro, que a prefeitura oferecerá incentivos para a empresa, conforme combinado em negociações que ocorriam há vários meses. “Eles solicitaram isenção do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) e ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis). Estaremos encaminhando para a câmara de vereadores. Mas a gente percebe o retorno que isso vai ter. São aproximadamente 3 mil empregos diretos e indiretos na região do Alto da Glória”.
A prefeita ainda garantiu que, conforme previsão de aumento populacional, haverá instalação de infraestrutura adequada para os moradores da região. “Estaremos adequando conforme a realidade (se referindo à instalação de creches, escolas e unidades de saúde). Estaremos contemplando também o Alto da Glória com outros benefícios. Já sentamos com a Odebrecht (que detém a concessão da BR-163) para instalar uma passarela em frente à escola do bairro, pois haverá aumento no fluxo de caminhões”.
Além da logística e disponibilidade de matéria-prima, o diretor-executivo da multinacional, José Odvar Lopes, revelou que a escolha do local, que durou dois anos, também se deu por critério populacional. Odvar ainda detalhou a projeção de produção feita pelo grupo empresarial para a implantação da usina, que deve absorver 1 milhão de toneladas de milho na região por ano. Serão fabricados etanol, proteína (DDGS para ração animal) e óleo de milho. “Nosso foco é mais o mercado interno (se referindo ao etanol). Nos próximos dez anos talvez a gente pense em exportação. O óleo certamente será exportado. (A matéria-prima) Virá, com certeza, de Sinop e cidades vizinhas”.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Daniel Brolese, e a prefeita estavam articulando os investimentos, com o grupo em Sinop, desde fevereiro passado. O governo do Estado também abriu o programa de incentivos à instalação de indústrias para a multinacional. O secretário estadual de Desenvolvimento, Carlos Avalone, expôs que houve redução de 25% do ICMS para 7%, tornando a indústria competitiva em relação às indústrias dos outros Estados.
Mato Grosso produziu, na última safra, mais de 30 milhões de toneladas de milho.