A Polícia Federal prendeu em São Paulo oito integrantes da quadrilha comandada pelo chinês Law Kin Chong, apontado como o principal contrabandista do Brasil. Com isso, foi desmontando o maior esquema de pirataria e contrabando do país. A Polícia Federal suspeita que duas fazendas em Mato Grosso – em nome do filho de Law, Thomaz Law, que aparece como “laranja” nos negócio – poderiam estar sendo utilizadas pela quadrilha como base das operações. A localização das fazendas não foi revelada.
Segundo o delegado William Marinho, de São Paulo, Thomaz Law, que aparece como dono das propriedades, teve sua prisão preventiva decretada, mas se encontra foragido. No sábado, foi presa, em Bauru, Miriam Law, mulher do chinês. Thomaz emprestava seu nome para a organização criminosa lavar dinheiro. A mãe Miriam disse que ele vai se entregar no dia 22. “Acreditamos que ele está fora do país” – disse o policial.
Os presos são acusados de crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Entre eles, estão três advogados, um contador e um despachante aduaneiro que trabalhavam com o empresário chinês, acusados de montar empresas “laranjas” para facilitar a importação e a venda de produtos irregulares. Os nomes não foram divulgados pela Polícia Federal, segundo informa a “Folha de S.Paulo”.
Foram presos ainda dois sócios de Chong – conhecidos como Fernando chinês e Hermes -, considerados os maiores contrabandistas de CDs e jogos para videogames da América Latina. “Law era o responsável em guardar os CDs virgens, que, mais tarde, teriam como destino a falsificação. Essa atividade era comandada pelos dois sócios”, disse o delegado Protógenes Queiroz, que coordenou a operação da PF.
Até a noite de terça-feira, cerca de 70 policiais federais ainda procuravam outras oito pessoas acusadas de integrar o esquema. Outras 20 foram intimadas a prestar depoimento à Justiça Federal.
“Além das prisões, a Justiça determinou o seqüestro de três shoppings que pertencem a Law e o bloqueio de contas corrente do empresário” – disse Marinho. Cinco carros (BMW, Mercedes-Benz, Santana e dois veículos blindados, um Astra e uma Blazer) do empresário foram apreendidos. “Não há como mensurar o quanto a quadrilha movimentou no país. Só em um depósito do Brás encontramos R$ 112 milhões em mercadorias em novembro do ano passado”, disse Marinho.
A PF deve destruir em janeiro os produtos irregulares apreendidos durante quatro operações realizadas nos últimos dois anos para desmontar a quadrilha. “São 5.000 metros quadrados de mercadoria apreendida. Já entramos para o “Guiness Book” por termos feito a maior apreensão da história”, disse o delegado Queiroz, em entrevista publica nesta quarta-feira pela “Folha”.