Mais uma linha de investigação para as autoridades de Mato Grosso. Fiscais que atuam nos postos fazendários podem estar envolvidos no esquema de roubo de cargas – um dos milionários crimes que são praticados em todo o Brasil. O programa “Fantástico”, da TV Globo, revelou que muitos estariam abastecendo as quadrilhas que atuam nesse ramo com informações. Um boliviano apareceu, domingo, numa reportagem sobre a “Operação Quimera”, contando como funciona o esquema.
“Esse fiscal, quando chega a carga ao posto fiscal, ele passa para nós a informação do que tem o caminhão. E de que está carregado o caminhão. Aí entramos em forma, saímos com outro caminhão, acompanhando essa carga e pilhamos a carga que nos interessa. Porque não pilhamos qualquer carga. Só a carga que nos interessa. E pagamos uma propina de 10% para o fiscal” – contou, segundo a matéria.
A operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) resultou na prisão de oito fiscais da Secretaria de Fazenda, cinco intermediários e dez empresários. A notícia confirmou o “rombo” de R$ 400 milhões apenas em seis meses deste ano. Os fiscais envolvidos no esquema já estão livres por ordem judicial. Eles só voltam à cadeia se forem condenados.
Outro detalhes que chamou atenção foi a declaração de um empresário. Ele disse que o esquema era muito comum em Mato Grosso e decidiu participar para manter os preços compatíveis, ou seja, a concorrência.
“Todo mundo se sente impelido a praticar senão fica fora do mercado. Então você tem duas opções: ou você entra no esquema ou você fecha as suas portas” – disse. Apesar disso, a legislação tem sido pródiga com os empresários: basta admitir a culpa, assinar um acordo, com as benções do Ministério Público Estadual e Federação do Comércio de Mato Grosso, que o criminoso se livra da prisão e do processo administrativo e penal. Em suma, o próprio Estado “fabrica” os corruptores pela opção política de receber o que foi sonegad