A Polícia Federal pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a quebra dos sigilos bancário e telefônico do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), presidente da Câmara, e do empresário Sebastião Buani.
O empresário acusa Severino de exigir dinheiro para que seu restaurante continuasse a funcionar na Câmara. Como prova, Buani mostrou um cheque de R$ 7.500 que foi sacado pela secretária do presidente da Casa, Gabriela Kênia Martins, em 2002. Segundo a PF, até agora, as investigações feitas revelam “indícios veementes de crime praticado por parlamentar”.
A secretária de Severino afirma que o cheque de R$ 7.500 foi uma contribuição para a campanha de Severino Júnior –filho do presidente da Câmara, morto em 2002– em Pernambuco.
O candidato, porém, declarou à Justiça Eleitoral que arrecadou R$ 1.000 e gastou só R$ 33. Para a defesa de Severino, pode ter havido erro na prestação de contas.
Futuro incerto
Continua indefinido o futuro de Severino, que tentou um encontro com o presidente Lula. João Caldas (PL-AL), aliado do deputado, afirmou que ele pensa em se licenciar da presidência da Câmara.
Severino decidiu passar o final de semana em Brasília e pretende anunciar sua decisão sobre permanecer ou não à frente da Casa na próxima segunda-feira.
Desde o surgimento do cheque do empresário Sebastião Buani, na última quarta-feira, o presidente da Câmara não voltou à Câmara.
Nos últimos dois dias tem sido grande o número de visitas a Severino, principalmente de amigos, aliados e líderes da base do governo no Congresso.
A interlocutores, o presidente da Câmara informou que só tomará uma decisão sobre sua possível renúncia após consultar suas bases eleitorais em Pernambuco. O advogado de Severino, José Eduardo Alckmin, afirmou que não fez orientações sobre uma possível, já que esta é uma questão de foro íntimo do deputado.
Também na segunda-feira, o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), deve indicar o nome do relator do processo aberto pelos partidos de oposição contra Severino por quebra de decoro parlamentar. Além da representação das oposições, o PSB e o PMDB também enviaram representação ao Conselho.