O deputado Lino Rossi (PP-MT), acusado de receber mais de R$ 3 milhões em propina na máfia das ambulâncias, não atendeu ao convite do Conselho de Ética do Senado para prestar esclarecimentos hoje sobre as acusações contra o senador Magno Malta (PL-ES) –também suspeito de envolvimento nas fraudes. Rossi é dono do Fiat Ducato que teria sido repassado ao senador como suposta propina para a liberação de emendas parlamentares à Planam.
Rossi enviou carta ao Conselho na qual confirma que recebeu em 2002 o carro como empréstimo do empresário Darci Vedoin, sócio da Planam, e ofereceu o veículo a Malta –que na época enfrentava dificuldades financeiras.
“O senador me confidenciou as dificuldades financeiras pelas quais passava e a necessidade de transportar sua banda gospel pelas regiões onde realizava shows. Como temos os mesmos princípios religiosos, ofereci o veículo alertando-o, contudo, que deveria ser devolvido assim que eu requisitasse”, afirma Rossi na carta.
Rossi justificou a ausência com o argumento de que tem o direito de não prestar esclarecimentos ao Conselho do Senado por estar sendo investigado na Câmara dos Deputados.
Prisão
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), reagiu à ausência de Rossi. O senador propôs que o parlamentar seja convocado a depor na CPI dos Sanguessugas mesmo que levado à força. “Esse desrespeito tem que ser corrigido através até, se for necessário, de uma condução coercitiva, vir preso aqui, porque se envolveu em esquema grave que tem relação com o caso de Magno Malta”, afirmou Tuma.
Já o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator do processo contra Magno Malta, disse que vai pedir para o deputado ser novamente ouvido pelo Ministério Público e pela Polícia Federal para esclarecer a ligação com o senador. “Já que ele não fala aqui, falando em outras instâncias podemos ter acesso ao depoimento dele”, ressaltou Demóstenes.