O delegado de Polícia Civil Joaz Gonçalves retomou as investigações sobre a possível formação de um grupo de extermínio, por policiais militares, no município de Juara (300 km de Sinop). O caso estava parado desde dezembro, quando o delegado entrou em férias.
Em entrevista ao Só Notícias hoje, ele informou que as investigações devem prosseguir em segredo de justiça e devem ser concluídas até fevereiro. Além de sigilo telefônico, Joaz também solicitou quebra de sigilo bancário de dois policiais, que foram afastados dos serviços da corporação em novembro, devido as sérias acusações. “Temos informações de que os soldados teriam ligações comerciais com o ex-presidiário Ricardo Campos, que foi morto em outubro, em Juara”, explicou.
Conforme o delegado, os dois policias, que já tinham sido afastados e transferidos para Sinop, retornaram ao município. “Ainda não sabemos qual a decisão do comando da PM”, disse. Em novembro de 2005, Joaz também solicitou a prisão preventiva dos dois soldados, mas o pedido foi negado pelo juiz Douglas Bernardes Romão, alegando que as provas contra os policiais eram insuficientes.
As acusações aos policiais começaram após a morte do ex-presidiário Ricardo Campos. As investigações levaram a ligação dos soldados com a vítima. Testemunhas relataram que antes do ex-presidiário desaparecer, ligou para um dos PMs e saiu para encontrá-lo. Com a quebra do sigilo telefônico do soldado constatou-se que ele tinha contato com Ricardo.
Outro homem também foi decapitado e teve os órgãos genitais arrancados no município, mesmas características do assassinato do ex-presidiário. Duas ossadas foram encontradas próximas ao local em que um dos corpos foi encontrado, e aparentavam ter levado quatro tiros na cabeça, cada. Outras duas vítimas também tinham sido executadas nas proximidades do local, alguns meses atrás.
As suspeitas da polícia são de que o local servia como “desova dos corpos”.