A greve dos policiais civis – e que pode ter a adesão dos delegados – começa a tomar rumos preocupantes. Não bastasse o “cerco” ao prédio onde reside o governador Blairo Maggi, no bairro Goiabeiras, agora os policiais começam a depredar veículos do Estado. Especialmente os novos. O governo trabalha com informações de que os adesivos que identificam as viaturas estão sendo arrancados. O secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito, ouvido a respeito do assunto, disse que já pediu que fossem feitas as averiguações necessárias para que medidas sejam tomadas em caráter de urgência.
Brito informou que todos os procedimentos relativos aos policiais em greve deverão ser adotados pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). A Secretaria de Justiça e Segurança Pública, de sua parte, adotará medidas internas, abrindo eventuais sindicâncias para apurar os danos que estariam sendo causados com as atitudes periféricas ao movimento. Brito confirmou também que a organização sindical dos agentes policiais em greve não fez qualquer comunicação referente a deflagração do movimento – o que poderá fazer com que a greve seja declarada como ilegal pela Justiça.
Em se confirmando a atitude dos policiais, Brito disse que seria extremamente lamentável. Ele aconselhou que a organização do movimento deveria tomar atitudes mais duras, sob pena de, mais a frente, o processo reivindicatório terminar sendo considerado ilegítimo. “Antes de desgastar o governo ou seus integrantes, existe uma sociedade inteira acompanhando cada fato”, disse.
O secretário considerou, por exemplo, desnecessária a pressão que os agentes policiais fizeram na terça-feira à noite, nas imediações da residência do governador. Ele confirmou que o governo está ainda investigando informações de que agentes, após deixarem o bairro Goiabeiras, teriam sacado de armas e disparado tiros para o alto. “Esse tipo de intimidação não ajuda em absolutamente nada. É preciso que se mantenha o diálogo. O Governo não vai fechar nenhuma possibilidade de conversar”, disse.
A paralisação dos agentes policiais começou na terça-feira. Eles dizem que há dois anos estão tentando obter resposta a reivindicações relativa a estruturação da carreira dos agentes policiais. Essa restruturação consiste em elevar o piso salarial de R$ 1,3 mil para R$ 2,3 mil. Carlos Brito disse que toda e qualquer reivindicação é legítima, mas que devem seguir os trâmites adequados. Ele destacou que atualmente um escrivão da Polícia R$ 2.200,00 com as vantagens adicionadas ao piso.