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Presas duas escreventes de fórum em Cuiabá suspeitas de corrupção

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Agentes da Polícia Civil de Mato Grosso deflagraram, às 12h30 desta terça-feira, uma ofensiva contra um esquema de corrupção que estaria ocorrendo na 2ª Vara Criminal do Fórum da Comarca de Cuiabá. Cinco mandados de prisão temporária (cinco dias prorrogáveis por mais cinco) estão sendo cumpridos. Os mandados foram expedido pela 8ª Vara Criminal.

As prisões envolvem duas escreventes da 2ª Vara Criminal, sendo uma a chefe do cartório, Vera Lúcia Camargo Anunciação, e dois estagiários e também contra a ex-escrevente do Fórum Civil de Cuiabá, Beatriz Árias Paniaguás. É possível que haja ainda outras pessoas envolvidas, mas descarta-se que haja magistrados no esquema.

Beatriz, mesmo de fora, agia em conjunto com a chefe da escrivania Vera Lúcia Camargo. Juntas as duas cobravam pelo andamento de processos de concessão de benefícios.

A operação batizada de “Têmis” – deusa grega da Justiça – culminou na desarticulação de um esquema que cobrava dinheiro de ex-detentos e presos, objetivando o trâmite de ações criminais dentro da Vara. A ex-servidora da Administração Pública, Beatriz Árias, intermediava as cobranças junto aos ex-presidiários e presidiários que buscam o livramento condicional.

O esquema visava cobrança de propina para tramitação de processos de execução de penas. Para que os cálculos de penas e benefícios concedidos aos reeducandos fossem computados, a chefe do cartório exigia dinheiro pelo serviço que é obrigação da Justiça. “Os processos ficavam parados na escrivania, não tramitavam”, explica o delegado Gerson Vinícius, coordenador de Investigações Especiais da Polícia Civil.

Beatriz era responsável pelo contato com os reeducandos e pela negociação. Ela informava aos detentos o preço para agilizar os processos dentro da vara. Conforme concluíram as investigações, o pagamento era feito aos servidores da vara em troca dos serviços.

A ex-escrevente deverá retornar à cadeia. Uma equipe da Polícia Civil está neste momento, no município de Santo Antônio de Leverger, preparada para cumprir a ordem de prisão contra ela.

O delegado Gerson Vinícius, ressalta que as investigações iniciaram a pedido da Corregedoria do Tribunal de Justiça e tiveram início há dois meses. Todo o processo investigativo que eclodiu na operação foi coordenado pelo diretor de Atividades Especiais Adriano Rúbio e as prisões coordenadas pelo delegado Gerson Vinícius e executadas pela equipe de policiais da Diretoria de Atividades Especiais da Polícia Civil.

Os presos serão encaminhados à sede da Polícia Judiciária Civil, em Cuiabá.

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