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Inquérito de assassinato e suicídio de agentes federais em MT pode ser arquivado

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A Polícia Federal ainda não sabe o que levou o escrivão Ari Rodrigo Reis dos Santos a assassinar sua colega de trabalho, a agente Fábia Alex Sandra Ramos, e se matar em seguida. O delegado Cristian Lages, encarregado das investigações, disse que aguarda ainda os laudos dos exames de balística e da cena do crime, ambos sob a responsabilidade dos peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil. Lages disse que pretende concluir o inquérito até o próximo dia 21 e adiantou que vai sugerir o arquivamento do caso.

O inquérito presidido por Lages engloba também o que havia sido aberto inicialmente pela Polícia Civil. A decisão de integrá-los sob o comando da PF teria partido da delegada Divina Maria da Silva, da delegacia Especializada de Defesa da Mulher, devido aos envolvidos serem policiais, estarem em serviço e o crime ter ocorrido dentro da delegacia da Polícia Federal em Rondonópolis.

Em entrevista ao site Primeira Hora, o delegado Cristian Lages disse que ouviu seis pessoas, incluindo um delegado e os dois agentes que seriam testemunhas oculares do fato.

“Os depoimentos confirmam que o Ari atirou contra a Fábia e se matou em seguida com a mesma arma. Acredito que receberei os laudos que faltam até o dia 21 e, se todos confirmarem o depoimento das testemunhas, relatarei pelo arquivamento do inquérito em face da impunibilidade – já que o autor do possível crime está morto”, disse o delegado.

Mesmo que os laudos não cheguem no prazo previsto, o delegado vai formalizar seu relato e o encaminhará à Justiça até o dia 21 deste mês. Mas, neste caso, pedirá o retorno do inquérito para aguardar a conclusão da prova técnica.

Lages disse não acreditar que os dados periciais possam contradizer os depoimentos. “Se os laudos trouxerem informações diferentes teremos de fazer uma nova avaliação”, antecipou.

Motivos
O delegado da Polícia Federal descartou a possibilidade de que o crime tenha motivação passional. Segundo ele, Ari e Fábia se conheciam há pouco tempo, eram casados e tinham relações conjugais estáveis.

“Além disso, eles ocupavam funções que não propiciavam contato entre si. Se houvesse algum envolvimento entre eles, isso certamente seria notado pelos colegas – o que não ocorreu”, afirma o delegado.

Cristian Lages também negou a existência de registros anteriores que pudessem indicar que o escrivão fosse dependente químico, psicótico ou inapto para a função. Segundo o delegado, Ari foi submetido a vários testes e passou em todas as fases do concurso antes de ser admitido.

“O processo de admissão envolve desde exames toxicológicos até a análise minuciosa da vida pregressa do futuro policial. Investigamos tudo, inclusive as relações pessoais, e nada foi encontrado que o desabonasse”, disse o delegado.

Mesmo ressaltando que o escrivão apresentava um perfil psicológico e comportamento absolutamente regulares, Cristian Lages vê num ‘desequilíbrio momentâneo’ a hipótese mais provável para explicar as mortes ocorridas no último dia 22 de janeiro na sede da Polícia Federal.

“Só o executor poderia esclarecer com certeza o que ocorreu, mas ele não está mais aqui. Acho realmente que ele teve um surto. Tudo indica que houve um estado de desequilíbrio momentâneo que o levou ao ato de loucura”, disse Cristian Lages.

O delegado informou também que, além dos exames de balística e de cena do crime, a PF aguarda também um outro exame feito nos corpos para detectar se no momento da morte as vítimas estavam sob efeito de algum tipo de droga ou medicamento.

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