Os 3 policiais de Sinop que respondem processo por tortura dois jovens dentro de uma delegacia continuam trabalhando, sendo dois na área administrativa e um na área operacional. Elton de Siqueira Campos e Evanildo da Silva Moreira Lopes atendem o telefone no serviço 190. Já Alexandre José Dall Acqua é o responsável pela guarda do presídio de Ferrugem.
Os policiais são acusados de agredirem com socos e chutes os irmão Dione Rodrigues dos Santos, 24, e Tiago Maurício Rodrigues dos Santos, 23, que não resistiu aos ferimentos e morreu na cela.
O juiz João Manoel Pereira Guerra, da 1º Vara Criminal, aceitou esta semana a denúncia do Ministério Público Estadual. Depois de notificados, os réus têm 10 dias para apresentarem as defesas. O juiz marcou para 14 de maio de 2009 a audiência para instrução e julgamento.
Os policiais respondem pelo crime de tortura seguida de morte. O fato aconteceu no dia 26 de julho dentro da delegacia da cidade.
O policial Evanildo acusava as vítimas de terem disparado contra ele. Com auxílio dos 2 colegas policiais, prendeu os jovens na rua. Os irmãos foram levados para a delegacia, onde foram agredidos.
Evanildo só se apresentou 5 dias após o crime. Ele confessou ser o autor do chute que acertou o pescoço de Tiago e negou a participação dos demais policias na ação.
No inquérito policial, apenas Evanildo foi indiciado e por lesão corporal seguida de morte, o que causou discordância com a denúncia do Ministério Público Estadual que pediu à Justiça que os três policiais presentes na hora da agressão fossem processados por tortura seguida de morte.
O crime de tortura é hediondo, o que gera aumento na pena, que pode chegar a 16 anos, sendo acrescida de um terço, pelo fato dos suspeitos serem funcionários público e terem utilizado o cargo para facilitar a ação.