A Polícia Judiciária Civil impediu que um bebê recém-nascido fosse adotado ilegalmente em Rondonópolis. A criança havia sido entregue pela própria mãe, na quinta-feira (11), a uma enfermeira, na saída de um hospital da cidade. A mãe se arrependeu e procurou a polícia para recuperar o filho recém-nascido, prematuro de oito meses.
O delegado Claudinei Lopes, de plantão no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) de Rondonópolis, colocou uma equipe de investigadores na rua para diligências e apurar o caso. Após rápida ação, a enfermeira, que intermediara a adoção, foi localizada. Segundo a polícia, a enfermeira aproveitou do estado emocional da mãe e a convenceu entregar o bebê para uma mulher, já identificada e reconhecida pela mãe do bebê.
Com informações da enfermeira, os investigadores encontraram a criança em poder de um casal no bairro Vila Roseli. Os nomes estão sendo mantidos em sigilo, pois outras pessoas podem estar envolvidas. O Conselho Tutelar informou à polícia que, recentemente, conseguiram evitar duas adoções ilegais, identificando as mães que deram à luz no mesmo hospital do município. A polícia também investiga se houve pagamento pela criança.
Segundo o delegado Claudinei Lopes, a conduta do casal se enquadra no artigo 242, do Código Penal, que tipifica crime de parto suposto, com pena de 2 a 6 anos de reclusão, na modalidade de “ocultar recém-nascido”, sendo, assim, crime permanente; por isso, os dois foram autuados em flagrante e encaminhados à Cadeia Pública. Quanto a enfermeira ela interrogada e liberada, pois já não estava mais em situação de flagrante, mas poderá ser indiciada por incidir na conduta prevista no artigo 237, da Lei nº 8.069-90-ECA (subtração de criança para ser colocada em lar substituto, com pena de 2 a 6 anos de reclusão).