Policiais de Colniza, juntamente com uma equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope), deram início hoje de manhã a uma ação de resgate de 15 trabalhadores que se encontraram em duas áreas de mata fechada, dentro da fazenda Bauru, que foi palco de uma ação criminosa na sexta-feira, e resultou na morte de três pessoas. De acordo com o major Adalberto Gonçalves, comandante da área, para chegar até o primeiro ponto, conhecido como “Linha 32”, é necessário que se percorra cerca de 30km de carro.
Já para o segundo ponto onde está outro grupo de trabalhadores, o percurso de 8 km terá de ser feito a pé em razão da dificuldade de acesso. Ou seja, os policiais terão de percorrer o equivalente a 16 km dentro da mata. Os funcionários da fazenda estão nesses pontos coletando informações para o plano de manejo a ser executado dentro da área.
As vítimas foram surpreendidas por um grupo de homens que atirou primeiro no motorista, o topógrafo paranaense Paulo Gilberto Gobitti, 53; depois alvejaram os funcionários Joanes Oliveira Nunes, 36, conhecido como “Cacique”, e Fabrício Teodoro de Souza. Foram tiros de espingarda e pistola, a maioria na cabeça e braços. Uma mulher conseguiu sobreviver a emboscada.
Conforme o major Adalberto, no sábado a Justiça expediu um mandado de busca e apreensão para seis pontos distintos (dois em área urbanal e quatro em rural). Em função do pedido judicial, duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo (estavam em poder de um revólver calibre 38 e uma espingarda calibre 12).
“Em um desses locais encontramos farta quantidade de munição, além de material como pólvora e espoletas”. A localização revela que nesse ponto funcionava uma espécie de fábrica caseira de munições. Pelo crime de posse de armas foram presos os sitiantes, Ronaldo de Abreu, 20, e Luís Carlos Frigo, 26. Ambos serão submetidos a exame residuográfico ( que detecta a presença de pólvora nas mãos). O major explica que foram dezenas de disparos, de calibres diferentes, mas que é possível afirmar que dois calibres (38 e de espingarda 12) foram usados para os crimes.
“A gigantesca extensão territorial de Colniza e o fato de fazer divisa com Amazonas e Rondônia possibilita a ação de bandidos, apesar do policiamento”, explica o major.