Se não surgir nenhum fato novo nos próximos dias, a Polícia Civil não terá como pedir a prorrogação da prisão temporária do trabalhador rural Jeremias Batista de Souza, preso dia 3 de novembro em Juína, como suspeito do assassinato da advogada Irene Bricatti Paz, ocorrido dia 13 de abril de 2004 em Alta Floresta (803 km da capital), quando saía do seu escritório na Avenida Ludovico da Riva Neto, na hora do almoço. A advogada foi assassinada com vários tiros por uma pessoa que fugiu na garupa de uma motocicleta. Seu marido, o também advogado Suetônio Paz, que estava com ela na ocasião, levou um tiro em um dos braços.
“Não vamos ter argumentos para pedir a prorrogação da prisão temporária de Jeremias de Souza” – admitiu nesta quarta-feira, 19, o delegado Luciano Inácio da Silva, da Gerência de Repressão a Seqüestros e Investigações Especiais. O delegado Luciano voltou a ouvir o suspeito esta semana. Mas, a exemplo do depoimento que prestou a policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco, a semana passada, Jeremias de Souza voltou a negar participação no crime, alegando que estava trabalhando em Juara quando a Irene Bricatti Paz foi assassinada.
Com a negativa de Jeremias de Souza de participação na morte da advogada, a Polícia Civil vai trabalhar nos poucos dias que faltam para mantê-lo preso, investigando revelações de testemunhas de que o assassino de Irene Bricatti Paz é parecido com um irmão do suspeito, de nome Reginaldo. A Polícia pretendia acelerar as investigações sobre o novo suspeito, porém o feriado prolongado, com o ponto facultativo de amanhã nas repartições públicas do Estado, atrapalhou os planos do Gaeco. A Polícia estranha que depois da morte da advogada, Reginaldo desapareceu de Alta Floresta. Jeremias de Souza continua preso na Polinter em Cuiabá. Ele inclusive está ferido por ter sido vítima de uma tentativa de homicídio recentemente.