Treze pessoas foram presas ontem em Mato Grosso na operação “Boi Branco”, deflagrada pela Polícia Federal para combater o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Doze foram presas em Rondonópolis, entre elas 7 empresários e o traficante Epaminondas de Souza Brito, considerado o elo dos empresários com traficantes de São Paulo e que já possui passagens e condenações por tráfico de drogas. Em Cáceres foi cumprida 1 prisão. Uma pessoa continua foragida. Outros 5 mandados de prisão foram cumpridos em São Paulo e Minas Gerais e também 26 mandados de busca e apreensão.
A quadrilha começou a ser investigada após a prisão do traficante Leandro Roque dos Santos de Jesus, em junho do ano passado, acusado de operar um laboratório de refino de cocaína na cidade de Tremembé, interior paulista. Ele foi flagrado com cerca de 20 quilos de pasta de cocaína no tanque de combustível do seu veículo, acondicionados em garrafas plásticas. Além disso, foram apreendidos quase R$ 50 mil em dinheiro em seu poder e encontrado pela polícia o laboratório para processamento da matéria-prima. De acordo com a denúncia do Ministério Público de São Paulo, a droga era trazida da Bolívia via Mato Grosso.
O delegado federal de Rondonópolis, Júnio Alberto das Dores, explica que após esta prisão as investigações começaram. Foi descoberto que a droga saia de Cáceres e era levada para São Paulo. Após a prisão de Leandro, um outro traficante, o Edivaldo (sobrenome não divulgado) passou a receber a cocaína e faria toda a rede de distribuição. Apesar de ter a prisão decretada nesta operação, Edivaldo também já está preso por outro processo.
O dinheiro da droga era “lavado” em Rondonópolis e, por isso, a prisão de 7 empresários. O delegado explica que estes “pseudos comerciantes” tinham empresas tanto no nome deles como em nome de laranjas, para dificultar as investigações, e usavam as contas destas empresas para lavar o dinheiro e tentar aparentar que o lucro era um negócio lícito.
Nas contas investigadas, em apenas 4 meses, a Polícia Federal detectou uma movimentação de aproximadamente R$ 7 milhões. Ainda durante o período de investigação, a polícia conseguiu ideNtificar o tráfico de 60 quilos de pasta base, mas conseguiram apreender 30 quilos. “Acompanhamos de abril a julho. Depois disse pode ter passado mais droga”.
A quadrilha contava ainda com o apoio do escrivão da Polícia Civil de Porto Esperidião, Celso da Silva, preso no dia 9 agosto pela PF com 3 kg de cocaína. Junto com Celso também foi presa a policial militar Rosemar da Silva, companheira do escrivão, mas de acordo com o delegado não ficou comprovada a participação dela na quadrilha.
“O policial usava do cargo para conseguir facilidades. Trazia droga até Rondonópolis e ajudava em toda a logística, dando apoio no transporte”.
O policial foi preso na BR-364, próximo ao Posto da Polícia Rodoviária Federal, em Rondonópolis. A droga estava escondida no veículo Golf prata, placa de Cuiabá.
Os policiais pegaram a droga em Porto Esperidião e a levariam para fora do Estado.
O nome da operação faz referência à compra e venda de gado. Era dessa forma que os membros da quadrilha tratavam as negociações.
As prisões foram decretadas pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Rondonópolis, João Menna, e os nomes dos presos não foram divulgados nem pela Polícia Federal e nem pela justiça estadual.
Foram divulgadas somente as iniciais: E.S.B, 41, I.M.P., 37, A.A.B., 38, G.P.B., 31, P.S.C., 33, L.G.P., 32, E.M.S., 35, C.S. (o policial Celso da Silva), J.C.K., 32, V.D.R, 30, F.S.M.B., 33, W.A.B., 29, E.F.J, 36, C.A.S.P, 36, A.E.L.S.F.B, 38, W.O.A, 23, J.B.S.R, 29, S.S.L. 30.
Algemas – O delegado afirma que foi cumprido o que determinou o Supremo Tribunal Federal (STF) no que se refere ao uso de algemas. “Só foram algemados os que representaram algum risco”.