O feriado de sete de setembro por pouco não foi marcado por uma fuga da Cadeia de Peixoto de Azevedo (200km de Sinop), somando cinco neste ano. Estima-se que pelo menos 16 reeducandos poderiam ganhar as ruas. A ação acabou frustada após o agente carcerário Sérgio Lisboa localizar, na área do banho de sol entre as celas 2, 3 e 4, uma abertura de aproximadamente 90 centímetros, na grade.
As suspeitas indicam que ainda no sábado detentos serraram as barras e camuflaram o ponto com a mistura artesanal de fumo, papel higiênico e saliva, cujo efeito resultou na coloração do aço. A mesma serra utilizada em agosto durante fuga de Euluízio Queiroz Mendonça (conhecido por Guerreiro), pode ter sido utilizada.
A área conhecida como solarium, localizada entre as celas, onde estão 39 detentos, possui aproximadamente 81 metros quadrados. Presume-se que dois detentos enquanto promoviam a limpeza – tradicional às vésperas do dia de visita – agiram.
A grade onde houve o corte fica no teto. Do chão até ela são cerca de 3 metros e 20 centímetros de altura. Para alcançarem-na, um (reeducando) subiu no ombro do outro, e apenas estendendo o braço, efetuou o ato.
“Ao verificar o perfil dos cortes, o aço ainda esta branco”, declarou, ao Só Notícias, o diretor Luciano Regatieri, salientando ainda que se a ação tivesse ocorrida há mais tempo haveria sinais de ferrugem nas barras. Uma nova fuga não estava descartada, levando-se em conta que a mesma serra do mês passado não foi apreendida, apesar dos agentes encontrarem pedaços pequenos, após o ocorrido deste domingo.
“Acreditamos que a serra continua dentro (da unidade)”, ponderou o responsável. Uma sucessão de fatos contribuiu para evitar fuga. A ausência da Polícia Militar na unidade, motivada pela presença nos eventos promovidos no município neste feriado de independência, levou a suspensão das visitas.
Neste intervalo, enquanto uma vistoria era realizada, houve a identificação da brecha. Segundo Regatieri caso não fosse descoberta a tempo, a saída dos detentos poderia ocorrer durante visitação. “O tempo ocioso foi aproveitado, quando deparou-se com a situação”, disse.
As autoridades foram comunicadas e ainda neste domingo à tarde, concluído reparo. As visitas aos detentos daquela região foram suspensas provisoriamente enquanto o fato é apurado. Novas revistas devem ser realizadas com intuito de localizar a ferramenta usada na ação.
Na unidade prisional há três banhos de sol. Outros dois destinados aos presos das celas 1 e 5. Estes continuarão recebendo visitas normalmente.
O baixo efetivo na unidade, bem como das polícias do município são apontados como responsáveis para não realização de uma revista minuciosa entre as celas.