A Polícia Federal está perto de cumprir os 47 mandados de prisão da operação Caipora. Quarenta pessoas acusadas de envolvimento no esquema de extração ilegal de madeira no Vale do Guaporé já foram presas. Entre os envolvidos estão três funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai), um da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), um Policial Militar, madeireiros e até índios.
Um dos funcionários públicos envolvidos no esquema era da direção de fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, em Pontes e Lacerda. Há menos de um mês foi transferido para a superintendência de fiscalização em Cuiabá. Ele também participou da equipe que verificou em os pontos de desmatamentos identificados pelo Inpe na região oeste de Mato Grosso. Essa verificação foi que deu ao governo do estado a informação de que 90% dos dados detectados pelo Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real) estavam errados.
O esquema de extração ilegal de madeira desarticulado pela PF tinha início no aliciamento de índios, que recebiam propinas como carros, motos e entre outras. Segundo a PF, a ação criminosa contava com o apoio de servidores públicos. Funcionários da Funai recebiam pagamentos mensais para permitir a livre atuação dentro da reserva indígena, além de alertar sobre eventuais fiscalizações da própria Funai e também de outros órgãos.