Empresários e playboys que circulavam em Cuiabá com “máquina possantes” foram presos nesta terça-feira numa operação conjunta realizada entre a Polícia Civil e a Polícia Federal. Dá para se ter uma idéia pelo estoque do que já foi apreendido na operação denominada “Maranello”: uma Lamborguini, avaliada em R$ 800 mil; uma Ferrari, no valor de R$ 1 milhão, duas BMW, calculadas cada uma em R$ 400 mil, uma Mercedes prata e uma moto Ducati. Foram ao todo expedidos 22 mandados de prisão e buscas e apreenssões. Oito pessoas já foram presas.
De acordo com a Polícia Federal, os traficantes faziam lavagem de dinheiro aferido na compra e venda de entorpecentes através de negócios com veículos importados, de alto valor. A quadrilha contava com o apoio de policiais civis. Dois foram presos. São eles: Wagner Amorim e Adalto Ramalho. Os nomes dos empresários e playboys – que frequentavam points mais badalados da cidade – ainda não foram revelados.
Fontes da Polícia Federal informaram que uma das prisões ocorreu na cidade de São Paulo. Trata-se de Edésio Ribeiro Neto, mais conhecido como “Binho”. Também foi preso Haroldo Fernandes, advogado. Em Cuiabá, um dos mandados de prisão aconteceu no bairro Jardim Itália, de classe alta. A Polícia está trabalhando no seqüestro de bens dos que supostamente integravam a quadrilha.
O lastro das prisões foram 383 quilos de cocaína apreendidas há quatro meses numa fazenda localizada da região de “Mucambo”, município de Barão de Melgaço (113 km ao Sul), no dia 20 de junho. Foi a maior apreensão de droga realizada de uma só vez pela Polícia Civil nos últimos anos.
A cocaína, com alto grau de pureza, foi localizada a pouco mais de 1 quilômetro da sede da fazenda “Sete Irmãos”, que está arrendada para um empresa agropecuária de Cuiabá. O entorpecente, embalado em 376 tabletes, foi encontrado em 13 sacos plásticos escondidos embaixo de uma lona numa moita na mata fechada.
A Polícia concluiu na época que a droga saiu da Bolívia ou da região de fronteira em um pequeno avião e descarregada na fazenda. A fazenda seria usada como base de apoio na distribuição da droga para outros estados do Brasil, principalmente a Região Sudoeste, por via terrestre. Vários agentes, em colaboração com a Polícia Federal, vinham investigando a quem pertencia a droga. Na ocasião, dois homens foram presos por mandados de prisão temporária. Foram eles que, com benefícios processuais, informaram o local exato onde se encontrava a droga.
A Polícia calcula que cerca de R$ 700 mil foram investidos pela quadrilha na compra do entorpecente e em logística de transporte. Pelo grau de pureza do produto, a droga renderia mais de 1,2 tonelada, após seu refinamento, e R$ 1,5 milhão na comercialização.
(Atualizada às 10:12h)