A Polícia Federal informou, agora há pouco, que prendeu, em flagrante, a chefe do serviço de benefícios da Agência da Previdência Social do Centro, em Cuiabá, por estelionato previdenciário, após ela ter sacado R$ 1 mil de aposentadoria de uma pessoa que não existe. O valor fraudado ultrapassa R$ 1,1 milhão em três benefícios ilícitos, desde a primeira pensão adquirida ilicitamente apenas com um CPF. Neste flagrante, a presa estava com o cartão de saque referente a dois dos três benefícios comprovadamente fraudados e que eram concedidos desde 1994. Somente com estes benefícios, foram recebidos R$ 956,8 mil desde a concessão.
O flagrante decorreu de investigações da Força Tarefa Previdenciária no Estado do Mato Grosso, composta pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e a Previdência Social. A assessoria da superintendência estadual da PF informa que as investigações iniciaram em 2008, quando uma pensionista tentou realizar um financiamento de banco e foi informada que seu CPF estava com restrições de crédito. No INSS, ela descobriu que haviam quatro benefícios registrados em seu CPF. Todos os benefícios utilizavam nomes semelhantes ao da verdadeira titular, mas havia pequenas alterações de dados mudanças no sobrenome, filiação, data de nascimento e motivo da autorização do benefício.
Na realização de diligências, os policias descobriram que os saques referentes aos benefícios partiam de certas agências por ocasião dos pagamentos. Imagens do circuito interno dos bancos auxiliaram na determinação das características físicas de quem realizava o saque.
Os policiais filmaram a ação de saque da mulher. Ao realizarem a abordagem, ela afirmou que sacava para uma “tia distante”, mas não soube explicar onde morava a tal tia, apenas que era em Barão de Melgaço. Ela portava o cartão de saque de dois dos três benefícios fraudulentos. Os policiais já confirmaram que não mora ninguém com o nome dado no endereço mencionado pela mulher. Ela disse ainda que enviaria o dinheiro por correios, mas não apresentou qualquer forma de comprovar a chegada do valor. Levada para prestar esclarecimentos na superintendência, ela não convenceu aos policiais, que ainda realizaram buscas autorizadas em sua residência.
A mulher presa ocupa atualmente a chefia do serviço de benefícios da Agência da Previdência Social do Centro em Cuiabá. Entre 2004 e 2006, ela ocupava o cargo de Gerente de Serviços de Benefícios em Mato Grosso. Agora, as investigações vão continuar para saber se a presa cometeu a mesma fraude em outros nomes e se há outros envolvidos na concessão e atualização de dados, bem como outros “sacadores” que também cometeram crime.
A presa foi indiciada por estelionato, crime com previsão de pena de um a cinco anos e multa. A pena ainda é agravada em um terço por ter lesado a uma instituição pública de assistência social.