O cabo PM Wanderley José Alves e o soldado PM José Aparecido Matias Vieira cometeram crime de prevaricação (retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal) no homicídio do ambulante Reginaldo Donnan dos Santos Queiroz, 31. "Isto está claro", disse ontem o coronel Joelson Sampaio, comandante do Comando Regional de Cuiabá (CRC). Inquérito Policial Militar (IPM), instaurado em 02 de setembro, apura ainda crime de omissão por parte dos militares.
Conforme o coronel Sampaio, os policiais erraram no momento que permitiram que o ambulante deixasse o shopping dentro do contêiner. Quanto a investigação de omissão de socorro, o coronel diz que o IPM ainda está em andamento. Por não terem envolvimento direto na morte do ambulante, o coronel informou que eles não foram afastados e continuam trabalhando. "As imagens cedidas pelo shopping mostram claramente que não há nenhum elemento que indique que os PMs tenham agredido Reginaldo fisicamente".
Ao serem interrogados pelo coronel, os policiais informaram que, ao entrarem na sala de segurança do shopping, Reginaldo estava sentado no canto, não estava prostrado e não apresentava marcas visíveis no corpo que denunciassem a violência do espancamento. Naquele momento, os policiais ouviram a versão dos vigilantes, de que o ambulante era um homem violento, teria ameaçado os seguranças com um estilete, estava alterado, e por esse motivo algemaram Reginaldo. "Eles não sabiam naquele momento o que sabemos hoje, após o trabalho de investigação e perícia".
Sobre o fato de Medeiros tentar atribuir o crime aos policiais militares, o coronel Sampaio alegou: "eu não esperava que ele confessasse, não me parece coerente que ele falasse, bati mesmo".