Quarenta mandados de prisão temporária (30 dias) e de busca e apreensão são cumpridos, hoje, pela Polícia Judiciária Civil em sete cidades de Mato Grosso e em Paranaíba, Mato Grosso do Sul, por tráfico de drogas. As investigações, que deram origem a operação “Fusão”, iniciaram há seis meses pela delegacia de Comodoro, onde a maioria das ordens é cumprida.
Vinte e seis pessoas já foram presas, 15 em Comodoro, cinco em Sapezal, quatro em Vila Bela da Santíssima Trindade, uma em Cuiabá e uma em Campo Novo do Parecis. Conforme as investigações, duas quadrilhas se uniram para atuar no mercado interestadual do tráfico de drogas. A droga saia da Bolívia em pequenas quantidades passava por Comodoro, de onde seguia para os municípios de Cáceres, Vila Bela, Sapezal, Campo Novo do Parecis, Cuiabá e Paranaíba (MS). Por mês eram distribuídos cerca de 50 quilos de drogas e movimentados mais de R$ 350 mil.
O diretor do interior, delegado Jales Batista da Silva, que acompanha a operação da cidade de Comodoro, considera essa uma das maiores ações já realizadas no interior, devido à desarticulação de um grupo que vinha praticando outros crimes como homicídios e assaltos, além do tráfico de drogas. “São duas grandes quadrilhas que começou a interagir uma com a outra no cometimento dos crimes. A quadrilha era monitorada e a partir do momento que materializaram os crimes o delegado pediu a prisão”, contou Jales Batista da Silva.
No município de Comodoro, a quadrilha era comandada por Rui Barbosa Anacleto, 26, Altair Júlio da Cruz, 30, e Odair José da Cruz, 32. Em Vila Bela da Santíssma da Trindade o esquema era liderado por Adão Gomes, 29, e Katiuscia Rodrigues da Silva, 30, chefes da segunda organização.
Preso em Comodoro, Paulo Adriano Santos da Silva, 19 anos, é apontado nas investigações como o responsável pela execução das pessoas que deviam para a quadrilha. Ele atuava a mando das duas organizações. Dois homicídios ocorridos este ano estão comprovados e outros seis com suspeitas da mesma autoria. Pelos assassinatos, Paulo recebia parte do pagamento em dinheiro e outra parte em drogas, que era consumida por ele ou então vendida. “Ele recebia a encomenda do chefe do tráfico para ‘pular’ fulano, depois pegava o pagamento em droga e em dinheiro”, explicou o diretor.
O delegado Marcelo Graciano da Silva, que preside as investigações, informou que 90% dos assaltos ocorridos na cidade são atribuídos a quadrilha.
Cerca de 120 policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães foram mobilizados na operação.